O Congresso de Honduras analisará nos próximos dias uma anistia aos envolvidos no golpe de Estado, que depôs o presidente Manuel Zelaya, a pedido do presidente eleito, Porfirio Lobo, que busca uma solução para a crise política.
Lobo venceu as eleições de novembro, mas muitos países não reconhecem o resultado porque o pleito foi organizado pelo governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, quem se nega a renunciar antes de 27 de janeiro, data prevista para a posse do próximo mandatário.
Lobo pediu a Zelaya - deposto em 28 de junho - que abandone sua exigência de ser restituído e a Micheletti que renuncie como caminho para sair da crise, conquistar o reconhecimento internacional e a vital ajuda financeira de outros países e organismos, que foi suspensa após o golpe.
"Nomeamos de imediato uma comissão especial que vai conduzir um grande processo de diálogo nacional", disse o presidente do Congresso, José Alfredo Saavedra, em uma entrevista coletiva com Lobo.
"Sem este diálogo, não há possibilidades de impor de fora para dentro um tema como é a anistia", acrescentou.
Zelaya foi destituído do cargo e expulso do país por militares sob acusações de ter violado a Constituição ao tentar fazer um referendo popular que abriria caminho para sua reeleição.
Ele permanece abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde setembro, quando voltou clandestinamente ao país.
Micheletti, que se reuniu na segunda-feira com Lobo, disse que não renunciará. Mesmo assim, Lobo confia que encontrará o caminho para acabar com o impasse político.
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