O presidente Hugo Chávez deve receber nesta quarta-feira poderes especiais para governar a Venezuela por decreto durante um ano e meio, de modo a nacionalizar setores energéticos e serviços públicos e impulsionar sua "revolução bolivariana".
A Assembléia Nacional, do qual a oposição não participa por ter boicotado as eleições de 2005, vai se reunir para aprovar a chamada "Lei Habilitante" para que Chávez controle vários aspectos econômicos no seu novo mandato, iniciado neste mês. A sessão será realizada em plena rua, em frente à sede do Lesgislativo, em Caracas, em uma cerimônia em que o governo diz que Chávez estará nos "braços do povo".
A lei é parte da estratégia de centralização de poderes de Chávez, que pretende também acabar com a autonomia do Banco Central, eliminar o limite às reeleições presidenciais e unificar os partidos que o apóiam.
- Essa Lei Habilitante transforma o presidente da República da Venezuela em um imperador, imperador Chávez - disse Teodoro Petkoff, um dos líderes da fracionada oposição.
O chefe da inteligência americana fez coro às queixas oposicionistas e disse que Chávez é uma ameaça à democracia .
Assessores dizem que Chávez pretende baixar até 60 decretos. Nesse período, o Estado deve assumir participação majoritária em bilionários projetos petrolíferos de algumas das maiores empresas do mundo. As principais empresas de telecomunicações e eletricidade devem ser nacionalizadas.
Chávez também pretende redesenhar os distritos eleitores e demitir autoridades estaduais, o que, segundo a oposição, significa ceifar lideranças regionais.