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Crise

Congresso deve decidir sobre volta de Zelaya

Defensores do presidente deposto, Manuel Zelaya, protestam contra o governo interino: pressão das ruas | Claudia Barrientos/AFP
Defensores do presidente deposto, Manuel Zelaya, protestam contra o governo interino: pressão das ruas (Foto: Claudia Barrientos/AFP)

Tegucigalpa - As facções políticas adversárias em Honduras retomaram ontem o diálogo para resolver o impasse no país e expressaram a esperança de que um acordo poderá ser al­­cançado em breve. As duas partes voltaram a negociar um dia após diplomatas dos Estados Unidos terem instado as facções a serem mais flexíveis e encontrarem uma solução antes das eleições presidenciais marcadas para novembro.

Rodil Rivera, um representante do presidente deposto Manuel Zelaya, disse que poderá ser assinado um acordo que pedirá ao Congresso hondurenho que decida se Zelaya será restaurado ao cargo – o ponto central do impasse. O governo de fato de Roberto Micheletti não confirmou se aceita que a decisão fique a cargo do Congresso, mas expressou a esperança de que um acordo pode estar próximo.

"Nós vamos resolver tudo sem olhar para o passado, apenas vamos olhar para a frente", disse a negociadora de Micheletti, Vilma Morales.

Vilma assegurou que sua equi­­pe estava disposta a abordar o te­­ma da restituição de Zelaya, grande foco do impasse atual, pa­­ra se chegar a um acordo. Segun­­do ela, as duas partes concordam que há "um componente político e jurídico" na questão, dando a entender que o Parlamento pode resolver sobre a volta ou não de Zelaya. O presidente deposto exige que essa decisão fique nas mãos dos deputados, rechaçando a participação da Suprema Corte, segundo ele uma instituição envolvida no golpe que o derrubou em 29 de junho.

Estão marcadas eleições presidenciais em Honduras para 29 de novembro. Micheletti diz que a disputa eleitoral pode ser a saída para a crise, mas entidades e governos da região ameaçam não reconhecer as eleições caso o governo de fato siga no poder.

Zelaya foi expulso do país após o golpe, mas voltou escondido e desde 21 de setembro está abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

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