O Congresso do Equador votou na terça-feira a favor de destituir os juízes do principal tribunal do país que na segunda-feira restituíram 50 parlamentares da oposição e reacenderam a disputa política com o presidente Rafael Correa.
A decisão alimenta a confusão institucional no Equador, enquanto deputados de oposição brigam com Correa por causa de seu plano de rescrever a Constituição e limitar a influência dos partidos políticos tradicionais que muitos culpam por anos de instabilidade.
A corte constitucional votou na segunda-feira para restituir 50 deputados que perderam seus mandatos no mês passado por se opuserem à proposta de Correa de um referendo para modificar a Constituição por meio de uma assembléia especial.
Os deputados demitidos foram substituídos por deputados que deram a Correa uma maioria no Congresso. Os partidos políticos do Equador frequentemente lutam por controlar as várias cortes influentes do país e instituições.
"A corte mostrou suas verdadeiras intenções políticas ontem", disse Silvia Salgado, deputada socialista e aliada de Correa que apoiou a ordem para destituir os juízes. "Eles simplesmente não podem violar a Constituição."
Ainda é incerto quando o voto do Congresso terá efeito e se os líderes de oposição vão desafiar sua legalidade.
Entretanto, as decisões conflitantes sobre o Congresso não parecem corroer a popular proposta de Correa para rescrever a Constituição, já que os líderes de oposição concentram suas atenções em ganhar assentos na assembléia especial que ocorrerá neste ano.
Os deputados restituídos exigiram de volta, na terça-feira, seus assentos no Congresso, mas disseram que não vão bloquear a assembléia, que os equatorianos aprovaram no referendo do começo deste mês.
A esmagadora maioria dos equatorianos apoia o plano do governo de estabelecer uma assembléia, que Correa espera que reduza o poder das elites tradicionais, que muitos eleitores culpam por ter derrubado três presidentes eleitos em 10 anos.
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