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O Capitólio, a sede do Congresso nos Estados Unidos, em Washington, foi fechado na tarde desta sexta-feira (2) após dois policiais serem atropelados em um dos acessos ao prédio. Segundo informações preliminares, o condutor do veículo portava uma faca.
O caso ocorreu por volta de 13h locais – 14h no Brasil. De acordo com informações da imprensa local, o carro avançou contra uma barricada do lado de fora do Capitólio e atingiu dois policiais locais. Um deles foi levado ao hospital em estado grave, mas morreu. O motorista foi baleado e também não resistiu aos ferimentos. O outro policial foi hospitalizado.
O incidente ocorreu a cerca de 90 metros da entrada do edifício no lado do Senado do Capitólio. Esse posto de controle de segurança é normalmente usado por senadores e funcionários durante a semana, mas o Congresso está atualmente em recesso.
Após o incidente, funcionários foram informados de que não podiam entrar ou sair dos edifícios. O presidente Joe Biden tinha acabado de sair da Casa Branca para Camp David quando o incidente ocorreu.
A cerca que impedia o tráfego de veículos perto dessa área foi removida recentemente depois que o Capitólio começou a se abrir após os ataques do início de janeiro. Naquela ocasião, uma multidão de extremistas armados pró-Donald Trump invadiu o local enquanto o Congresso estava votando a certificação da vitória presidencial de Joe Biden.
As forças de segurança ainda apuram se o caso se trata de um atentado terrorista. Por precaução, todos o prédios do Capitólio foram fechados, com as pessoas proibidas de saírem. Além disso, ruas no entorno de todo o centro de Washington foram bloqueadas por algumas horas. Há forte presença de equipes policiais e das Forças Armadas no local, incluindo grupos de elite. Uma equipe de seguranças foi enviada de helicóptero que posou no pátio do Capitólio.
Em 5 de janeiro, cinco pessoas morreram em uma invasão de apoiadores do ex-presidente Donald Trump ao capitólio. Uma das vítimas foi um policial espancado pelos manifestantes ao tentar conter a invasão. Os extremistas pró-Trump invediram armados o Congresso americano enquanto o atual presidente Joe Biden era certificado como o ganhador das eleições de 2020.
Polícia detalha caso e diz não acreditar em terrorismo
A Polícia do Capitólio informou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 2, o caso ainda está sendo investigado, mas não há evidências de que tenha sido um ato de terrorismo ou de que haja ameaça a membros do Congresso.
Em nota, a polícia detalhou o incidente, informando que pouco depois das 14h (de Brasília), um homem dirigindo um sedam azul invadiu uma área cercada e atropelou dois policiais. Logo em seguida, ele deixou o veículo, carregando uma faca, e correu em direção aos agentes. Nesse momento, de acordo com a nota, pelo menos um dos policiais atirou no suspeito, que foi levado ao hospital e morreu por volta de 14h30.
Os agentes também foram encaminhados ao centro médico e um deles não resistiu aos ferimentos.
Policial morto no Capitólio estava há 18 anos na corporação
A Polícia do Capitólio divulgou a identidade do policial morto após incidente no Capitólio, em Washington, na tarde desta sexta-feira, 2. Segundo comunicado, o agente se chamava William Evans e era conhecido pelo apelido Billy. Ele estava na corporação há 18 anos, desde 7 de março de 2003. "Por favor, mantenham o policial Billy e sua família em suas orações e pensamentos", pediu a chefe interina da polícia, Yogananda Pittman.
Evans patrulhava a região por volta das 14h (horário de Brasília), quando um homem em um sedam azul invadiu a área cercada e atropelou o agente e um colega. O suspeito foi baleado e também morreu depois de sair do carro carregando uma faca.
De acordo com vários veículos da imprensa americana, o homem se chamava Noah Green, tinha 25 anos e era de Indiana, mas sua identidade não foi confirmada pelas autoridades de segurança.
A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, afirmou, em comunicado, que o Congresso está preparado para ajudar autoridades de segurança nas investigações sobre o incidente no Capitólio, em Washington, nesta tarde, que acarretou na morte do policial Willians Evans.
Na nota, a deputada chamou o agente de "mártir da nossa democracia" e expressou gratidão pelo trabalho da polícia. "Hoje mais uma vez, esses heróis arriscaram suas vidas para proteger o nosso Capitólio e nosso país, com a mesmo altruísmo visto em 6 de janeiro", destacou, em referência à invasão da sede do legislativo americano durante sessão que certificou a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.
Pelosi pediu para que nunca se esqueça do "heroísmo" daqueles que trabalharam para defender a democracia. "Que sirva de conforto para a família do policial Evans que o fato de tantas pessoas estarem de luto com eles e por eles neste triste momento", concluiu.