Parlamentares dos EUA pressionaram na quarta-feira executivos do setor petrolífero a respeito de falhas num crucial dispositivo de segurança dos poços de exploração, enquanto a empresa BP corre para tentar uma nova solução na operação contra o vazamento de petróleo no golfo do México.
A empresa britânica, dona do poço que jorra quase 800 mil litros de petróleo por dia, espera instalar até a noite de quinta-feira uma pequena cúpula sobre o local.
Em Washington, a BP, a Transocean e a Halliburton voltaram a ter sua responsabilidade questionada com relação ao acidente de 20 de abril, que deixou 11 mortos e provocou aquele que pode se tornar o pior vazamento de óleo da história dos EUA.
Uma comissão da Câmara dos EUA disse ter encontrado problemas significativos com o mecanismo de segurança no poço, o que teria contribuído com o acidente.
O deputado Bart Stupak afirmou que a investigação da comissão mostrou que a válvula de segurança ("blowout preventer") no poço que explodiu no dia 20 tinha um vazamento e não possuía força suficiente para cortar o fluxo de óleo antes que o acidente ocorresse.
Investigadores da comissão falaram com funcionários da empresa que fabricou a válvula e examinaram documentos, concluindo que a peça havia sido modificada, o que a deixou difícil de operar depois do acidente.
"A segurança de todas as suas operações dependia do desempenho de um 'blowout preventer' com vazamento e aparentemente defeituoso", disse Stupak.
O vazamento ameaça provocar um desastre ambiental na costa sul dos EUA, além de prejudicar os setores de pesca e turismo. Equipes de limpeza e avaliação da costa disseram na quarta-feira que o petróleo já está aparecendo na ilha Whiskey, a oeste do delta do Mississippi. O óleo já havia surgido em outros pontos do Estado e no Alabama.
Enquanto isso, a BP desceu até o leito marinho uma espécie de "cartola", que pode começar a capturar o óleo na noite de quinta-feira. Uma tentativa anterior, com uma peça maior, deu errado.A empresa diz que não há garantias de que desta vez vai funcionar, já que a operação transcorre a quase 1.600 metros de profundidade.
Além disso, a BP está perfurando um poço auxiliar, o que pode levar mais 80 dias. Dentro de duas semanas, a empresa pretende bombear material sólido - como pneus rasgados e bolas de golfe - a alta pressão para tentar tapar o poço.