O Congresso do Equador, controlado pela oposição, evocou nesta quarta-feira o respeito à democracia para tentar evitar a sua dissolução por uma Assembléia Constituinte, cuja maioria absoluta foi alcançada pela situação na eleição deste domingo.
Com os dias contados para a dissolução, o titular do Legislativo, Jorge Cevallos, se manifestou: "Exigimos que se respeite a democracia, que a Constituição em vigência não seja alterada, que não a violem".
O pedido de Cevallos se somou ao da OEA, segundo o qual o Equador deveria respeitar a Carta Internamericana que estabelece a "separação dos poderes públicos".
O líder da oposição se mostrou ainda preocupado com a insistência de Rafael Correa na formação de uma Assembléia Constituinte, com o objetivo de redigir uma nova Constituição de corte socialista e dissolver o Legislativo.
Cevallos defendeu ainda que a situação, que segundo resultados extra-oficiais conquistou 79 dos 130 assentos da Assembléia, "continua insistindo em criar o caos e um clima de incertezas no país" com o plano de dissolução do Congresso unicameral.
Correa, que acumula três vitórias eleitorais seguidas desde que foi eleito em novembro de 2006, acusa o Congresso de ser "corrupto e incompetente".
Depois da eleição da Constituinte, o ministro do Interior equatoriano, Gustavo Larrea, considerou ser "preferível uma suspensão (das atividades do Congresso) por oito meses, enquanto dura a Assembléia, e evitar um conflito político desnecessário" com a oposição.
Cevallos, no entanto, considerou a sugestão do ministro como sendo "inconstitucional" e respondeu: "Estaremos aqui, até o último minuto, defendendo a democracia neste país".