O Congresso dos Deputados da Espanha aprovou nesta quinta-feira (14), com 178 votos a favor e 172 contra, a lei de anistia pactuada entre o governo e os partidos independentistas catalães, que irá favorecer os envolvidos no processo separatista da Catalunha em 2017 e que seguirá agora para o Senado.
A votação, por convocatória e de viva-voz, não trouxe surpresas, já que, como era de se esperar, votaram contra os parlamentares do conservador Partido Popular (PP), do direitista Vox e das legendas regionais UPN e Coalizão Canária.
A lei obteve a maioria absoluta necessária ao incorporar as últimas reivindicações dos independentistas do partido Juntos pela Catalunha, que há um mês votaram contra para pedir modificações que blindassem correligionários contra acusações de terrorismo, uma vez que seu líder, o ex-presidente catalão Carles Puigdemont, responde na Justiça por esse crime.
Minutos depois de deixar o Parlamento, o presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, manifestou satisfação com a aprovação da lei de anistia no plenário do Congresso, que agora será enviada ao Senado para posterior tramitação.
No X, Sánchez escreveu que a aprovação da lei de anistia foi um “passo corajoso e necessário” que abre “uma nova era de coexistência e prosperidade na Catalunha”.
Sánchez não esteve presente no plenário durante as intervenções dos oradores e só entrou no momento da votação.
A anistia foi uma promessa do presidente para conseguir apoio dos independentistas para conseguir ser reeleito no Congresso da Espanha após a eleição geral de julho do ano passado, quando o partido de Sánchez foi apenas o segundo mais votado pela população do país ibérico.
O partido mais votado foi o PP, liderado por Alberto Núñez Feijóo, que fracassou em duas tentativas de investidura no Legislativo justamente porque teve contra si os votos dos independentistas.
Nesta quinta-feira, o líder do Vox, Santiago Abascal, chamou Sánchez de líder da “quadrilha de foragidos” dos independentistas catalães e disse que o Congresso espanhol “cometeu hoje um colossal ato de corrupção, porque a anistia foi uma compra de votos para [Sánchez] alcançar o poder”.
“Uns foragidos humilham o Congresso, e o Congresso a todos os cidadãos. Basta ver a tribuna de convidados, uma caverna de foragidos [expressão espanhola que significa ‘corja’ ou ‘bando’], com um delinquente condenado”, disse, referindo-se a Oriol Junqueras, líder do partido independentista catalão ERC, que foi condenado pela Justiça espanhola, mas indultado pelo governo em 2021. (Com Agência EFE)
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