O IV Congresso Mundial de Mediação, que busca promover o diálogo para a solução de conflitos, teve início nesta quarta-feira (12) em La Paz com a participação de 23 delegados da América e Europa. Trata-se de um esforço conjunto "para consolidar um caminho em direção à cultura da paz, que permita construir um destino único para a Humanidade, a coexistência fraterna em sociedades com democracias reais", disse a presidente da fundação Unir, Ana María Campero, organizadora do congresso.
Nos últimos anos, a Bolívia vem passando por uma grave crise política, que quase levou o país a uma guerra civil, motivo pelo qual a Unir escolheu a nação para sediar o congresso deste ano. O evento foi inaugurado pelo presidente boliviano, Evo Morales, que destacou que as causas fundamentais dos conflitos são as situações de "injustiça e desigualdade", que, segundo ele, enquanto existirem, "nunca haverá paz" no mundo.
O presidente se declarou também convencido de que nenhum mediador ou facilitador do diálogo político "possa ser neutro ou imparcial", pois sempre terá que optar entre "estar com o povo ou com os grupos no poder". Segundo Morales, a história de dominação começou "por meio da oração e da cruz", com a presença da Igreja Católica na América, e com "a rebelião dos povos, (os dominadores) recorreram às ditaduras militares".
Entre os expositores do congresso, que será encerrado no sábado, está o matemático e sociólogo norueguês Johan Galtung, ganhador do Right Livelihood Award, o "Prêmio Nobel Alternativo" em 1987, pela sua dedicação aos estudos sobre a paz. Galtung, que foi negociador em mais de 40 situações de crise, como em Ruanda, no Afeganistão, na Coréia, no Iraque e na Irlanda do Norte, falou sobre "A mediação e o conflito político" na primeira conferência do congresso. As informações são da Agência Ansa.
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