O partido governista da Coreia do Norte se prepara para conceder seu principal título ao líder do país, Kim Jong Un, em mais um sinal de que ele segue firme no controle da ditadura comunista, mesmo diante do isolamento internacional por causa do programa nuclear norte-coreano.
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A estatal Agência de Notícias Central Coreana afirmou neste sábado (7) que a agenda do congresso inclui a revisão dos trabalhos do Comitê Central e da Comissão de Auditoria Central do partido, a revisão de regras partidárias, a eleição de Kim para um graduado posto e a eleição do novo comando central da sigla.
A decisão de colocar formalmente - ou talvez simplesmente confirmar - Kim como principal nome do partido é um passo que foi tomado com o pai e o avô dele, que mantiveram o título de secretário-geral do Partido dos Trabalhadores. A medida é, em grande parte, simbólica, e demonstra o controle do jovem líder sobre o país.
Kim já é o líder do partido, mas com o título de primeiro-secretário. O pai dele, Kim Jong Il, tem o título póstumo de “eterno secretário-geral”, e o avô, Kim Il Sung, é o “eterno presidente”.
Kim abriu o luxuoso congresso com um breve discurso na sexta-feira (6), que tratou dos avanços da Coreia do Norte para desenvolver armas nucleares e foguetes capazes de colocar satélites em órbita. O congresso anterior do tipo no país havia ocorrido em 1980.
O líder qualificou o evento como “histórico”. Mais de cem jornalistas estrangeiros foram convidados a cobrir o evento, mas nenhum deles teve acesso ao local da convenção. Em vez disso, foram levados para conhecer fábricas, hospitais e sítios históricos. Kim assumiu o poder em 2011, após a morte do pai.
Kim Jong-un exalta testes militares da Coreia do Norte em congresso
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse nesta sexta-feira (6) que seu país obteve “resultados sem precedentes” com um teste de uma bomba de hidrogênio (em janeiro) e o lançamento de um satélite (em fevereiro), em seu discurso de abertura do congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que volta a se reunir após 36 anos.
“Os militares e o povo conseguiram um grande êxito com o primeiro teste da bomba de hidrogênio e o lançamento do satélite de observação Kwangmyongsong-4”, afirmou, ante centenas de membros do partido.
Ambos os exercícios militares foram criticados pela comunidade internacional, que já sanciona Pyongyang por descumprir resoluções da ONU sobre o programa nuclear do país.
Kim, 33, deve usar o congresso, com duração prevista de quatro a cinco dias, para ampliar seu poder, colocando nomes mais leais a ele em órgãos centrais. Também procurará reforçar a política de conciliar o programa nuclear com a tentativa de melhorar a economia.
O congresso não ocorria desde 1980, quando o ex-ditador Kim Il-sung (1912-1994), avô do atual, disse que o próximo encontro só seria marcado quando a Coreia do Norte resolvesse o problema de alimentação da população.
Em tese, trata-se da mais alta esfera deliberativa do partido único do país, mas na realidade as decisões são tomadas por Kim e seus assessores.
Assim, os delegados que compareceram ao encontro mais chancelam medidas do que as debatem.
China
A chancelaria da China, principal aliado de Pyongyang, disse que o congresso marca um importante momento, mas recomendou que a Coreia do Norte “ouça a voz da comunidade internacional e mantenha a paz e a estabilidade na região”.
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