O Congresso do Peru negou o pedido da presidente Dina Boluarte pela antecipação das eleições presidenciais como forma de dirimir os protestos que assolam o país.
A presidente queria a antecipação do pleito para dezembro de 2023, pedido que foi rejeitado pelos parlamentares com 65 votos contra, 45 a favor e 2 abstenções, após um debate que durou horas e terminou somente na madrugada deste sábado (28).
As eleições presidenciais no Peru já haviam sido antecipadas de 2026 para abril de 2024 na tentativa de conter a crise, que resultou em cerca de 50 mortes, depredações e cenas recorrentes de violência e confronto entre policiais e manifestantes desde que o ex-presidente Pedro Castillo foi deposto e preso, após uma tentativa de golpe, em dezembro de 2022.
A antecipação das eleições é um dos pedidos dos apoiadores do ex-presidente, que pedem ainda a renúncia da presidente Dina Boluarte e o fechamento do Congresso.
Desbloqueio de estradas
O pedido pela antecipação das eleições aconteceu depois que o Ministério da Defesa anunciou que as forças de segurança, com unidades das Forças Armadas e apoio da polícia, já iniciavam o desbloqueio de rodovias bloqueadas por manifestantes antigoverno em diferentes regiões do país, ainda na sexta-feira (27).
Um contingente de 200 oficiais da Terceira Divisão do Exército, com apoio de agentes da Polícia Nacional, atuou para liberar a ponte Camaná, que fica na rodovia Panamericana Sul e é uma das principais vias de acesso à região de Arequipa, a segunda maior do território peruano.
A medida foi tomada em "cumprimento ao disposto pelo governo para garantir a liberdade de trânsito e outros direitos fundamentais, e de acordo ao que estabelece a Constituição e leis vigentes", indicou comunicado do Ministério da Defesa.
Diversas rodovias, sobretudo no sul peruano, estavam bloqueadas desde que começaram as manifestações que pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso, a antecipação das eleições gerais para este ano e a convocação de uma Assembleia Constituinte.