Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, em Havana, Cuba, abril de 2022.| Foto: EFE/ Ernesto Mastrascusa
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O Congresso do Peru declarou nesta quinta-feira o ex-presidente boliviano Evo Morales persona non grata "por suas constantes incitações na política nacional" que, na opinião da maioria dos parlamentares, buscam "desequilibrar a ordem interna do país".

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A moção para declarar Morales persona non grata teve o voto favorável de 74 congressistas, enquanto 40 votaram contra e quatro se abstiveram.

Por meio dessa moção, o Congresso peruano expressa "repúdio contundente às constantes declarações públicas de intromissão e ingerência em assuntos que são da jurisdição interna do Peru" por parte de Morales.

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No último dia 9 de janeiro, o governo do Peru proibiu a entrada no país de Morales e de outros oito cidadãos bolivianos, aos quais acusa de terem realizado "atividades de índole política proselitista" que afetaram a "segurança nacional" do país.

“Nos últimos meses, foram identificados cidadãos estrangeiros de nacionalidade boliviana que entraram no país para realizar atividades de índole política proselitista, o que constitui uma clara afetação de nossa legislação migratória, da segurança nacional e da ordem interna do Peru”, declarou o Ministério do Interior peruano em comunicado.

Por sua vez, a Comissão de Relações Exteriores do Congresso declarou Morales persona non grata em novembro de 2021 "por seu ativismo político negativo no Peru e sua evidente interferência e intromissão na agenda do governo" do então presidente Pedro Castillo (2021-2022).

Evo Morales (2006-2019) manteve uma presença ativa no Peru, especialmente nas regiões do sul do país, durante o governo Castillo, com o suposto objetivo de promover a integração de regiões como Puno no projeto Runasur, a plataforma internacional dos movimentos sociais e indígenas que impulsiona.

O ex-presidente boliviano também tem sido muito ativo nas redes sociais com opiniões sobre a crise no Peru e mensagens em defesa de Castillo desde sua destituição pelo Congresso após uma tentativa de autogolpe em 7 de dezembro.

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