Satélite
Um projeto da Universidade do Arizona está mapeando, via satélite, as dezenas de milhares de geleiras do Himalaia. O hidrólogo Jeff Kargel, que coordena o projeto, afirma que, se o clima está mudando, as geleiras estão mudando. Mas isso não significa que a situação esteja ficando pior, apenas que é incerta.
Subir ao topo do mundo está se tornando menos previsível e, possivelmente, mais perigoso, dizem cientistas. Isso porque as mudanças climáticas em andamento trazem temperaturas mais quentes que podem derreter o gelo e a neve no Monte Everest.
O Nepal foi tomado de surpresa quando uma avalanche de gelo repentina atingiu um grupo de guias Sherpa em 18 de abril e matou 16, no desastre mais mortal da história do Everest. Embora seja impossível vincular qualquer evento específico a mudanças de longo prazo no clima global, cientistas afirmam que o futuro provavelmente levará mais perigos a regiões de altitude elevada.
Avalanches de neve, rocha ou gelo podem aumentar. Terrenos de escalada e trekking se tornariam instáveis. Geleiras podem ficar mais imprevisíveis. Tempestades se tornarão mais erráticas e o Himalaia, em particular, pode receber mais neve à medida que o aquecimento dos oceanos envia mais umidade para o ar na temporada anual de monções indiana que atinge a cadeia de montanhas de 2.400 quilômetros de extensão.
O recente desastre ocorreu na cascata de gelo Khumbu, reconhecida como um dos lugares mais perigosos do Everest, porque a borda da geleira que se movimenta lentamente é conhecida por quebrar, ceder e derrubar enormes pedaços de gelo sem aviso prévio.
"É a Mãe Natureza que comanda os acontecimentos", observa Tim Rippel, um líder da expedição, em uma postagem em seu blog direto do acampamento base do Everest. "A montanha tem se deteriorado rapidamente nos últimos três anos devido ao aquecimento global, e a quebra na cascata de gelo Khumbu é dramática", afirmou. "Precisamos aprender mais sobre o que está acontecendo lá em cima."
Levar turistas ao cume virou negócio lucrativo
Mais de 4 mil pessoas chegaram ao topo do Everest, a 8.850 metros, desde 1953, quando foi conquistado pela primeira vez pelo montanhista neozelandês Edmund Hillary e o guia sherpa Tenzing Norgay. Os números dispararam nos últimos anos, juntamente com expedições guiadas cobrando até US$ 75 mil para ajudar mesmo montanhistas iniciantes a atingir o cume. Mais de 800 escaladores tentaram durante a primavera de 2013, e pelo menos o mesmo número deve ter planejado uma tentativa este ano. Mas alguns, assustados com o desastre do dia 18, já fizeram as malas e foram embora.
O lendário Apa Sherpa, 53 anos, que detém o recorde de ter chegado ao topo do Everest 21 vezes, vem alertando sobre o aumento dos riscos da mudança climática há anos. Quando ele chegou ao cume da montanha pela primeira vez, em 1990, as trilhas estavam cobertas de espessas camadas de gelo e neve. "Agora, a trilha é cheia de rocha nua e exposta", afirmou, o que torna mais difícil para os escaladores ganhar pontos de apoio com os ferros pontiagudos adaptados aos sapatos para cavar o gelo.
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