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Divisão As seis potências que lideram a diplomacia contra o Irã - Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha - debateram intensamente nesta semana a resolução e a submeteram ao conselho, formado por uma mistura de países industrializados e em desenvolvimento.

O fato de a resolução ter sido apoiada previamente por todas as grandes potências garantiu que seria facilmente aprovada pelo conselho.

Mas não será suficiente para aplacar críticos do Irã no Ocidente e em Israel, arqui-inimigo do Irã, que esperavam que o relatório da AIEA provocasse uma ação internacional concreta para encurralar Teerã, como o encaminhamento do caso ao Conselho de Segurança da ONU.

"Neste ponto, isso realmente não aumenta a pressão sobre o Irã", disse Mark Hibbs, especialista em proliferação do Carnegie Endowment for International Peace, observando que o texto não estabeleceu qualquer prazo para o Irã resolver as questões pendentes.

Com várias rodadas de negociações nucleares não tendo levado a nada, nem mesmo a uma agenda consensual, o Conselho de Segurança da ONU impôs quatro rodadas de sanções ao Irã desde 2006. Mas Moscou e Pequim, com o comércio forte e laços de energia com o Irã, deixaram clara a sua oposição a novas medidas deste tipo.

O conselho da agência nuclear da ONU censurou o Irã nesta sexta-feira (18) pelas crescentes suspeitas de que o país pode estar em busca de desenvolver bombas atômicas, depois que as seis maiores potências mundiais superaram divisões sobre como lidar com a postura desafiadora de Teerã. Mas a resolução, que ganhou apoio esmagador na reunião de 35 países da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), omitiu qualquer medida concreta punitiva, refletindo a oposição russa e chinesa ao desejo das outras potências de encurralar o Irã. A resolução foi aprovada por 32 votos a favor e dois contra - Cuba e Equador. A Indonésia se absteve. O Irã não mostrou nenhum sinal de recuar na disputa sobre suas atividades atômicas, ameaçando tomar medidas legais contra a agência da Organização das Nações Unidas com sede em Viena, na Áustria, devido a um relatório contundente do órgão sobre o programa nuclear de Teerã. O embaixador do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, disse após a resolução desta sexta-feira que a decisão do conselho da agência apenas fortalece a determinação iraniana de prosseguir com suas atividades nucleares. Ele disse que a República Islâmica não vai interromper seu enriquecimento de urânio nem por "um segundo", deixando claro que o país não vai recuar na disputa com as potências ocidentais. Reunião

Soltanieh afirmou que o Irã não vai participar de uma rara reunião liderada pela AIEA na próxima semana com países do Oriente Médico para discutir os esforços para libertar o mundo das armas nucleares. O representante iraniano atacou o chefe da AIEA, Yukiya Amano, que convocou a reunião em 21 e 22 de novembro, como "não profissional" e disse que não acreditava que o encontro seria "frutífero". O Irã "não participará", ele disse a repórteres. Israel e Estados Árabes devem comparecer ao fórum. Um relatório apresentado na semana passada pela AIEA compilando informações de inteligência indicou que o Irã tem realizado pesquisas e experimentos voltados para o desenvolvimento de capacitação para armas nucleares. O documento alimentou as tensões no Oriente Médio e redobrou os pedidos de lideranças ocidentais por sanções mais duras contra Teerã. O Irã diz que está enriquecendo urânio apenas como combustível para usinas de energia nuclear, não armas atômicas. O país afirmou que os detalhes do relatório, obtidos principalmente a partir de agências de espionagem ocidentais, foram forjados, e acusou a AIEA de um viés pró-ocidental. O embaixador Soltanieh acusou a agência de vazar o relatório para Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. Parte de seu conteúdo apareceu na mídia ocidental antes da divulgação oficial, em 8 de novembro. O Irã considera o relatório da AIEA "não profissional, desequilibrado, ilegal e politizado", disse Soltanieh à reunião do conselho antes da votação da resolução, a segunda contra o Irã em poucos anos. "Todas as resoluções com base neste relatório... não são juridicamente vinculantes, assim, elas não são aplicáveis."

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