O principal organismo da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos declarou na sexta-feira (17) que não deve haver discriminação nem violência contra pessoas com base em sua orientação sexual, numa votação considerada histórica pelos países ocidentais, mas rejeitada pelos países islâmicos.

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A resolução polêmica marcou a primeira vez que o Conselho de Direitos Humanos reconheceu direitos iguais para lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, disseram diplomatas.

O texto, apresentado pela África do Sul, foi aprovado com 23 países a favor, 19 contra, 3 abstenções e uma delegação ausente durante a votação do conselho. A Líbia, que era membro do fórum de Genebra de 47 assentos, foi suspensa em março do conselho.

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"Hoje, demos um passo importante adiante em nosso reconhecimento de que os direitos humanos são de fato universais. Reconhecemos que é errada a violência contra uma pessoa por causa de quem ela é", disse a embaixadora norte-americana Eileen Chamberlain Donahoe, elogiando a "resolução simples, mas histórica".

"O direito de escolher quem amamos e de compartilhar a vida com aqueles que amamos é sagrado. Além disso, enviamos uma mensagem inequívoca de que cada ser humano merece proteção igual", afirmou ela.

Delegações de países como Paquistão, Arábia Saudita, Barein, Catar e Bangladesh se retiraram da sala para rejeitar a iniciativa.

O embaixador da Mauritânia na ONU em Genebra, xeique Ahmed Ould Zahaf, disse que a questão não está no âmbito de nenhum tratado internacional de direitos humanos.

"Essa questão não tem nada a ver com direitos humanos", disse ele, antes da votação. "O que encontramos aqui é uma tentativa de mudar o direito natural de um ser humano por um direito não natural. É por isso que exortamos todos os membros a votar contra ela."

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No geral, a homossexualidade é um tabu nos países islâmicos e é considerada uma violação dos valores religiosos e culturais. Os homens homossexuais no Golfo Pérsico são frequentemente presos e condenados à prisão.