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Revolta árabe

Conselho da ONU pede ação contra a Síria

Cléricos muçulmanos queimam bandeira de Israel durante protesto em Damasco, capital síria | Louai Beshara/AFP
Cléricos muçulmanos queimam bandeira de Israel durante protesto em Damasco, capital síria (Foto: Louai Beshara/AFP)

O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou ontem uma resolução contra violações de direitos humanos na Síria e solicitou que os "principais órgãos" do organismo – leia-se o Conselho de Segurança – "tomem ações apropriadas".

A resolução se baseou em um relatório apresentado nesta semana ao órgão pela Comissão Internacional Independente de Investigação das Nações Unidas, que foi presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.

O texto da resolução não cita nominalmente o Conselho de Segurança, mas dá um recado para que o órgão considere as conclusões da comissão presidida por Pinheiro e tome ações enérgicas -que podem chegar até a uma intervenção armada na Síria.

Ele estabelece ainda a nomeação de um investigador especial de direitos humanos na Síria.

A resolução foi aprovada em votação ontem por 37 dos 47 membros do Conselho de Direitos Humanos. Quatro países foram contrários – entre eles China e Rússia – e seis se abstiveram.

O Brasil é membro observador do órgão, por isso não tem direito a voto. A reportagem apurou que a posição do país é "apoiar fortemente" a resolução.

A ideia é "apertar" o ditador Bashar Assad, uma vez que não houve melhora na situação de direitos humanos na Síria desde que a missão do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) esteve em Damasco, em agosto.

Na quinta-feira, alta comissária da ONU para Direitos Huma­­nos, Navi Pillay, revisou o número de mortos durante a repressão a protestos iniciada em março de 3.500 para 4.000. Ela afirmou que a Síria já está em "guerra civil".

Porém, mesmo que o Conselho de Segurança se baseie no relatório da comissão para agir, uma ação armada corre risco de ser barrada pela Rússia e pela China (ambos membros permanentes e com poder de veto).

Em outubro, os dois países já derrubaram no órgão um texto que aventava sobre possíveis sanções a Assad.

O embaixador da Síria nas Na­­ções Unidas, Faysal Khabbaz Ha­­moui, criticou a resolução afirmando que ela foi "política" e que pode prejudicar futuras negociações.

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