Ataque a base de inteligência deixa 8 mortos
Soldados amotinados atacaram uma base aérea da inteligência da Síria, na província noroeste de Idlib, matando oito pessoas, informou um grupo pelos direitos humanos ontem.
"Um grupo de desertores atacou um centro de inteligência da Aeronáutica, matando oito pessoas da base", disse o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos em comunicado.
O grupo sediado na Grã-Bretanha afirmou que pelo menos 13 pessoas ficaram feridas no confronto de três horas entre os rebeldes e agentes da inteligência na base, localizada na cidade portuária de Latakia.
Em 16 de novembro, rebeldes contrários ao regime do presidente sírio, Bashar Assad, atacaram uma base de inteligência nas proximidades de Damasco. O ataque foi reivindicado pelo rebelde Exército Sírio Livre.
Líbano envia Exército à região de fronteira
Tropas sírias dispararam ontem contra civis libaneses e deixaram três feridos, disseram testemunhas e um médico libanês. Isso levou o governo do Líbano a deslocar o exército para a fronteira norte com a Síria.
"O exército tomou as medidas necessárias para proteger os cidadãos e está patrulhando a região na fronteira norte", disse um comunicado dos militares libaneses.
O comunicado disse que os três civis foram hospitalizados, após serem atingidos por tiros disparos no lado sírio da fronteira. Soldados sírios teriam disparado contra civis libaneses que protestavam contra a repressão política na fronteira entre os dois países, no município libanês de Wadi Khaled. O município confina com a província síria de Homs.
As tropas sírias começaram a "atirar indiscriminadamente" quando a multidão, formada por refugiados sírios e civis libaneses, começou a se reunir no lado libanês da fronteira, disse Mahmoud Khazal, ex-prefeito da cidade fronteiriça de Muqaybli.
A fronteira é demarcada no local pelo rio Kabir. Khazal disse que entre os feridos está uma mulher libanesa. Dois homens libaneses também foram feridos no tiroteio e hospitalizados no município de Akkar, disse um médico, pedindo anonimato.
O número de mortos no conflito sírio aumenta a cada dia e, segundo a ONU, passa de 4 mil.
Agência Estado
O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou ontem uma resolução contra violações de direitos humanos na Síria e solicitou que os "principais órgãos" do organismo leia-se o Conselho de Segurança "tomem ações apropriadas".
A resolução se baseou em um relatório apresentado nesta semana ao órgão pela Comissão Internacional Independente de Investigação das Nações Unidas, que foi presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.
O texto da resolução não cita nominalmente o Conselho de Segurança, mas dá um recado para que o órgão considere as conclusões da comissão presidida por Pinheiro e tome ações enérgicas -que podem chegar até a uma intervenção armada na Síria.
Ele estabelece ainda a nomeação de um investigador especial de direitos humanos na Síria.
A resolução foi aprovada em votação ontem por 37 dos 47 membros do Conselho de Direitos Humanos. Quatro países foram contrários entre eles China e Rússia e seis se abstiveram.
O Brasil é membro observador do órgão, por isso não tem direito a voto. A reportagem apurou que a posição do país é "apoiar fortemente" a resolução.
A ideia é "apertar" o ditador Bashar Assad, uma vez que não houve melhora na situação de direitos humanos na Síria desde que a missão do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) esteve em Damasco, em agosto.
Na quinta-feira, alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, revisou o número de mortos durante a repressão a protestos iniciada em março de 3.500 para 4.000. Ela afirmou que a Síria já está em "guerra civil".
Porém, mesmo que o Conselho de Segurança se baseie no relatório da comissão para agir, uma ação armada corre risco de ser barrada pela Rússia e pela China (ambos membros permanentes e com poder de veto).
Em outubro, os dois países já derrubaram no órgão um texto que aventava sobre possíveis sanções a Assad.
O embaixador da Síria nas Nações Unidas, Faysal Khabbaz Hamoui, criticou a resolução afirmando que ela foi "política" e que pode prejudicar futuras negociações.
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