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Com base em três estudos clínicos, o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR), órgão financiado pelo Ministério da Saúde da Índia, publicou nesta sexta-feira (22) um documento que recomenda o uso de hidroxicloroquina como tratamento preventivo contra a Covid-19 em alguns casos.
Alertando que a ingestão do medicamento não deve dar uma falsa sensação de segurança, o órgão orientou o uso profilático da hidroxicloroquina para profissionais de saúde assintomáticos que trabalham em hospitais, envolvidos ou não no tratamento de pacientes com a Covid-19, funcionários de serviços de vigilância e de outras atividades com risco de contágio.
O ICMR já tinha emitido um parecer favorável ao uso da hidroxicloroquina no combate à Covid-19 em março, mas recebeu críticas por falta de evidências científicas de que o medicamento funciona contra o novo coronavírus. Agora, o órgão apresentou três levantamentos que o fizeram não só orientar pelo uso da substância na fase inicial da doença, como seu uso profilático.
De acordo com o ICMR:
- Uma análise retrospectiva de controle de casos no ICMR constatou que entre profissionais de saúde sintomáticos que testaram positivo para a Covid-19 aqueles que tomaram doses profiláticas de hidroxicloroquina tiveram uma resposta melhor à doença;
- Em três hospitais públicos em Nova Délhi, os profissionais de saúde envolvidos no tratamento com Covid-19 que tomavam doses profiláticas de hidroxicloroquina eram menos propensos a desenvolver a doença;
- Um estudo de observação de 334 trabalhadores da saúde no Instituto de Ciências Médicas da Índia (AIIMS), dos quais 248 fizeram profilaxia com hidroxicloroquina, em seis semanas de acompanhamento, mostrou que os que tomaram a substância tinham menor incidência de infecção por coronavírus.
A entidade indiana, ao mesmo tempo, deixou claro que a substância pode ter efeitos colaterais. De acordo com o ICMR, de 1.323 profissionais que fizeram uso da hidroxicloroquina de saúde foram relatadas consequências como náusea (8,9%), dor abdominal (7,3%), vômitos (1,5%), hipoglicemia (1,7%) e efeitos cardiovasculares (1,9%).
Segundo o comunicado, o medicamento deve ser administrado apenas sob prescrição médica e é aconselhável relatar qualquer evento adverso. O ICMR apontou ainda que medicamento é contra-indicado a jovens com menos de 15 anos, grávidas ou lactantes e pessoas com retinopatia, hipersensibilidade aos compostos e distúrbios cardíacos.