O Conselho de Segurança da ONU condenou neste sábado (27) "nos mais firmes termos" o massacre na cidade de Houla, na Síria, e pediu ao secretário-geral, Ban Ki-moon, que investigue os ataques que deixaram mais de cem mortos na última sexta-feira.
"Esse atroz uso da força contra a população civil é uma violação da lei internacional e dos compromissos do governo sírio com a ONU", afirmou o Conselho em uma declaração aprovada de forma unânime.
Em um dos dias mais sangrentos dos 14 meses de protestos e violência no país, foram divulgados na internet vídeos mostrando corpos de crianças enfileiradas no chão, ombro a ombro.
Segundo os ativistas, os ataques começaram como resposta das forças de Bashar Assad a um protesto contra a presença do Exército sírio na região, neste sábado (26), e seguiram durante a madrugada.
O governo sírio, por sua vez, culpa "grupos terroristas armados" pelo massacre. "Mulheres, crianças e idosos foram mortos. Este não é o estilo do heróico Exército sírio", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Jihad Makdesi.
Houla, que fica a cerca de 30 km do centro de Homs, é o centro de um grupo de aldeias sunitas.
A matança contraria o plano de paz proposto pelo emissário internacional das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan. Um cessar-fogo começaria em 12 de abril, mas foi ignorado.
O Exército Livre Sírio (ELS), braço armado da oposição, pediu hoje ao chamado Grupo dos Países Amigos da Síria para que forme uma aliança militar e lance ataques aéreos contra o regime.
"A menos que o Conselho de Segurança da ONU adote medidas urgentes para proteger os civis, o plano de Annan fracassará", disse o ELS.