O Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade, neste sábado, uma resolução para incrementar o acesso de ajuda humanitária à Síria que ameaça tomar "outras medidas" em caso de não cumprimento, pede acesso por meio das fronteiras para implementar a ajuda e condena o abuso de direitos pelo governo sírio e grupos armados de oposição.
A Rússia e a China, que têm blindado o governo sírio no conselho de 15 membros permanentes durante os três anos de guerra civil no país, votaram a favor da resolução.
Ambos países vetaram três resoluções que condenavam o governo da Síria e ameaçavam com possíveis sanções.
"Esta resolução não teria sido necessária. Assistência humanitária não é algo que deve ser negociado; é algo a ser permitido em virtude da lei internacional", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, ao conselho.
"Me choca profundamente que ambos os lados estejam sitiando civis como uma tática de guerra", disse depois da votação.
A resolução pede a Ban que relate em 30 dias ao Conselho de Segurança sobre a implementação da resolução e "expresse sua intenção de tomar novas medidas em caso de não cumprimento (da resolução)".
Diplomatas dizem que a Rússia não deve concordar com nenhuma sanção contra o governo de Bashar al-Assad se não se cumprir a resolução.
A ONU afirma que 9,3 milhões de pessoas necessitam de ajuda e que a guerra civil deixou mais de 100.000 mortos.
O grupo opositor Observatório Sírio para Direitos Humanos diz que mais de 136.000 pessoas foram mortas desde o início da revolta contra o presidente Assad, em março de 2011.