O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade neste sábado a imposição de novas sanções contra o Irã por seu programa nuclear. O alvo das sanções são as exportações de armas de Teerã, o banco estatal e a Guarda Revolucionária, uma força de elite.
As novas medidas são uma continuação da resolução adotada em 23 de dezembro, que previa o veto do comércio de materiais nucleares e mísseis balísticos, assim como o congelamento de ativos de indivíduos e instituições associadas aos programas atômicos.
O embaixador da Grã-Bretanha na ONU, Emyr Jones Parry, leu a declaração em nome dos ministros das Relações Exteriores das principais potências, que oferecia a possibilidade de mais conversações com o Irã.
"Propomos mais conversações com a República Islâmica do Irã, para ver se se pode encontrar um caminho mutuamente aceitável para abrir negociações", disse Jones Parry, representando o seu próprio país, Estados Unidos, França, Rússia, China e Alemanha.
"Em uma região onde houve um excesso de instabilidade e violência, que nós encontremos uma forma com que concordemos para construir a confiança e promover a paz e o respeito mútuo", disse ele.
Falando antes de o Irã ir à tribuna, o embaixador norte-americano em exercício, Alejandro Wolff, acusou o Irã de terrorismo, com a ameaça feita pelo seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, de "tirar" Israel "do mapa" e a afirmação de que o holocausto não passa de "um mito".
"Esquecer o passado ou, pior, tentar reescrevê-lo é abrir as portas para que ele se repita. Não podemos permitir que isso aconteça", disse Wolff.
Ahmadinejad cancelou o comparecimento diante do Conselho, formado por 15 membros, porque os vistos para a tripulação do seu vôo foram dados tarde demais para que o seu avião particular chegasse a Nova York antes da votação.Vistos
No lugar dele, o ministro das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, que tomou um vôo comercial, compareceu perante o Conselho para falar sobre as suspeitas de que o Irã desenvolve armas nucleares sob o disfarce de programa de energia atômica civil.
Todas as sanções seriam suspensas se o Irã pusesse fim ao enriquecimento de urânio, que pode ser usado para fabricar uma bomba, assim como em projetos energéticos.
Mas Mottaki disse que o Irã não vai mudar sua política.
A resolução 1747, aprovada no sábado, pode afetar a economia do Irã, mas não toca no setor petrolífero. O Irã é o quarto maior produtor de petróleo do mundo.
A resolução impõe um embargo sobre todas as armas convencionais que o Irã pode vender e congela os ativos de 28 indivíduos, instituições e empresas no exterior, inclusive as do Banco Sepah, como os Estados Unidos já fizeram, isolando-o do financiamento internacional.
O texto pede, mas não ordena, que as nações e as instituições financeiras internacionais restrinjam a liberação de novas verbas, créditos e empréstimos para o Irã. Diplomatas ocidentais acreditam que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional vão atender ao apelo.
A resolução também defende um embargo voluntário contra viagens de autoridades iranianas e comandantes da Guarda Revolucionária listados no texto e restrições a importações de armas pesadas pelo Irã.
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