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Um projeto de resolução proposto pela Rússia sobre a situação humanitária na Ucrânia foi rejeitado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas na noite de quarta-feira (23). Entre outras coisas, o documento não cita a responsabilidade russa no conflito humanitário provocado no país vizinho.
Apenas Rússia e China votaram a favor, nenhum país votou contra e 13 nações, incluindo os Estados Unidos, se abstiveram da votação. Eram necessários nove votos a favor para que o documento fosse sancionado. A votação foi adiada várias vezes na última semana.
A resolução elaborada pela Rússia pede "um cessar-fogo negociado para permitir uma evacuação segura, rápida, voluntária e desimpedida de civis", além da necessidade de todas as "partes afetadas concordarem com pausas humanitárias".
Embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield disse que a Rússia estava mais uma vez tentando usar o Conselho de Segurança para "dar cobertura para suas ações brutais".
"É realmente inconcebível que a Rússia tenha a audácia de apresentar uma resolução pedindo à comunidade internacional que resolva uma crise humana que só a Rússia criou", disse Thomas-Greenfield.
"A Rússia não se importa com a deterioração das condições humanitárias ou com os milhões de vidas e sonhos destruídos pela guerra. Se eles se importassem, eles parariam de lutar".
Rússia pede respeito aos "princípios humanitários"
Vários países europeus usaram termos como "armadilha" e "zombaria" para se referir ao texto russo, que pedia respeito aos "princípios humanitários", condenava ataques a civis e pedia um cessar-fogo negociado, entre outras coisas.
No entanto, não fez nenhuma referência à invasão da Ucrânia ou ao fato de que as tropas russas são as que mais cometeram ataques contra civis, segundo confirmou a própria ONU.
Moscou circulou sua proposta em resposta a uma iniciativa da França e do México, que buscava aprovar uma resolução sobre a crise humanitária na Ucrânia, na qual a Rússia foi diretamente apontada.
Após várias rodadas de negociações, as delegações francesa e mexicana finalmente concluíram que não era possível avançar com o texto dada a posição da Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança.
Por isso, decidiram levar sua proposta à Assembleia Geral da ONU, que está atualmente debatendo o texto, que provavelmente será votado na quinta-feira (24).
Com informações da CNN internacional.