O Conselho de Segurança da ONU deu início nesta segunda-feira, em uma reunião a portas fechadas, à análise da solicitação de adesão da Palestina como país membro número 194 das Nações Unidas.

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"O processo começou, e esperamos que o Conselho de Segurança mostre sua responsabilidade", disse à imprensa o representante palestino na ONU, Riyad Mansur, acrescentando que "nove membros do Conselho mostraram apoio à reivindicação".

As reuniões do principal órgão de decisões da ONU são fechadas, e não se espera que os 15 integrantes tomem uma decisão imediata sobre o pedido, disseram fontes diplomáticas.

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O Conselho, que em setembro está presidido pelo embaixador libanês, Nawaf Salam, começou assim a primeira análise sobre essa reivindicação de adesão a Nações Unidas, mas não é obrigado a respondê-la em um prazo determinado e a decisão pode demorar semanas e até meses.

Mansur, em declarações à imprensa, afirmou também que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) espera que "o Conselho permita à Palestina ser um estado membro das Nações Unidas", em alusão direta aos Estados Unidos, cujo presidente, Barack Obama, já antecipou que Washington vetará a solicitação por considerar que a melhor via para conseguir esse status são as negociações diretas com Israel.

"Estamos preparados para governar a nós mesmos", insistiu o diplomata palestino, destacando que "a Palestina tem direitos históricos e legais" que sustentam seu pedido.

O líder da ANP, Mahmoud Abbas, apresentou na sexta-feira passada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a solicitação oficial de adesão da Palestina ao organismo internacional e comunicou que incluirá as fronteiras prévias ao dia 4 de junho de 1967 e os territórios de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, onde querem instalar sua futura capital.

Após seu pedido e um histórico discurso diante da Assembleia Geral argumentando essa adesão como um direito próprio e uma opção de paz, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu a Abbas que se reunissem imediatamente para retomar as conversas diretas.

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A ONU apoia a criação de dois Estados vizinhos independentes e vivendo em paz e segurança, de modo que sejam satisfeitas as aspirações palestinas e israelenses de segurança.

Para que o pedido palestino seja aprovado pelo Conselho, é necessária uma maioria de nove de seus 15 membros e nenhum veto dos permanentes (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia), o que parece impossível dado o já anunciado posicionamento americano.

Na atualidade, a Palestina é reconhecida unicamente como entidade permanente observadora na ONU, por isso é convidada a participar observando das sessões e dos trabalhos da Assembleia Geral e a manter uma missão permanente e um embaixador, que atualmente é Riyad Mansur.

O último país aceito nas Nações Unidas foi Sudão do Sul, que em julho deste ano obteve o sinal verde do Conselho em poucos dias, após sua divisão do Sudão e a realização de um plebiscito em janeiro no qual a maioria da população se mostrou favorável a essa opção.

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