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Atualizada na sexta-feira, dia 07 de julho, às 18h22

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) continuava dividido nesta sexta-feira sobre a possível imposição de sanções à Coréia do Norte devido aos testes com mísseis realizados pelo país, mas o Japão afirmou que uma decisão deve ser tomada em breve.

Uma nova versão da proposta japonesa de resolução, obtida pela Reuters, altera os termos relativos à proibição da transferência de recursos financeiros e materiais que possam ajudar a Coréia do Norte em seu programa de mísseis.

Mesmo remodelado, o novo texto não abandona as sanções, e a mídia japonesa previa que Tóquio conquistaria o apoio de Rússia e China, que preferem que o conselho emita apenas uma declaração, e não uma resolução.

O embaixador do Japão na ONU, Kenzo Oshima, disse a repórteres que, para Tóquio, as sanções, enquadradas no Capítulo 7 da Carta da ONU, são essenciais.

- A China tem uma posição. É claro que a respeitamos, mas infelizmente não acho que as divergências estejam sendo reduzidas nessa reunião - disse Oshima, depois de conversar com a missão norte-americana na ONU. - Alguma decisão terá de ser tomada de uma maneira ou de outra pelo conselho na sexta-feira.

O Japão pode apresentar formalmente sua proposta na sexta-feira. Depois disso, os membros teriam 24 horas antes que Tóquio convocasse a votação.

- Pode acontecer no sábado - disse um enviado ao conselho, falando sob a condição de permanecer anônimo, já que as negociações são secretas.

O embaixador da China, Wang Guangya, disse a repórteres que não está satisfeito com a proposta. O embaixador dos EUA, John Bolton, havia dito que a proposta de resolução tinha o apoio de outros 13 integrantes do conselho.

O órgão tem 15 integrantes, sendo que cinco -- a China entre eles -- tem poder de veto.

A China é o aliado mais próximo da Coréia do Norte. Mesmo que Rússia e China decidam se abster da votação e deixar a resolução ser aprovada, a medida perderá força.

A Coréia do Norte lançou pelo menos seis mísseis na quarta-feira, além de um sétimo disparado 12 horas depois.

Entre os mísseis, havia um Taepodong-2, de longo alcance, que, segundo especialistas, seria capaz de atingir o Alasca. Fontes americanas afirmam que o míssil caiu no mar menos de um minuto após ter sido lançado.

Além de impor as sanções, a proposta japonesa de resolução condena os lançamentos e diz que a Coréia do Norte deve "interromper imediatamente o desenvolvimento, os testes, o posicionamento e a proliferação de mísseis balísticos".

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse na quarta-feira ter telefonado para os presidentes Hu Jintao, da China, e Vladimir Putin, da Rússia, para tentar convencê-los a pressionar a Coréia do Norte de forma mais contundente.

Mas Putin pediu que não haja uma "reação emocional" que coloque em risco as negociações sobre o programa nuclear norte-coreano. As conversas, hoje empacadas, envolvem Rússia, China, EUA, Japão e Coréia do Sul.

Da última vez que a Coréia do Norte lançou um míssil, em 1998, o Conselho de Segurança apenas emitiu uma declaração, por pressão da China, sem consequências concretas.

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