Porto Príncipe - O Conselho Eleitoral do Haiti anunciou que as eleições presidenciais de domingo foram válidas na maioria do país, apesar dos protestos de milhares de haitianos, motivados pelas denúncias de fraudes feitas por vários candidados, que pediram a anulação do processo. "A jornada eleitoral chegou ao fim e com sucesso", declarou o presidente do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), Gaillot Dorsainvil.
O CEP informou que a votação foi anulada em 56 locais de um total de 1.500 em todo o país. "Vamos estudar caso por caso os locais onde aconteceram problemas", afirmou o diretor-geral do CEP, Pierre-Luis Opent. "Dentro de 48 a 72 horas decidiremos o que vamos fazer", afirmou. "O CEP estará em condições de produzir um balanço com o retorno de seus funcionários do interior, dentro de três dias, e agradece a população por ter participado na ascensão da democracia", acrescentou.
Recuo
Depois do comunicado do CEP, os principais candidatos opositores à Presidência recuaram do seu pedido de anulação das eleições gerais. "Vou esperar os resultados, disse Michel Martelly, cantor de kompa, o ritmo tradicional do Haiti, e considerado um dos mais bem posicionados da disputa.
Somente no dia 7 de dezembro os haitianos conhecerão os dois nomes que irão ao segundo turno.
Questionado sobre o motivo de ter recuado da decisão de contestar o pleito, Martelly afirmou que foi a manifestação liderada por ele, que reuniu milhares de pessoas em Porto Príncipe, que "parou o "plano maquiavélico do governo.
O mesmo fez a também oposicionista Mirlande Manigat. "Citarão meu nome no documento, mas eu nunca participei da elaboração. Não assinei, afirmou. Antes, porém, ela também pedira o cancelamento.
Apesar das reservas sobre a confiabilidade das pesquisas de opinião no Haiti, analistas e o único levantamento disponível concordam que Manigat, Martelly e o candidato governista Jude Célestin são os mais cotados para disputar a Presidência num inédito segundo turno, em 16 de janeiro.