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O Conselho Mundial de Boxe (WBC, na sigla em inglês), organização internacional de boxe profissional, anunciou na semana passada que pretende criar uma categoria à parte, na qual atletas transgêneros possam competir, sem, no entanto, afetar a divisão feminina.
Mauricio Sulaiman, presidente do WBC, revelou o plano em entrevista ao jornal britânico The Telegraph. “Estamos fazendo isso por segurança e inclusão. Somos os líderes nas regras do boxe feminino – então os perigos de um homem lutar contra uma mulher nunca acontecerão”, anunciou. Sulaiman disse que os participantes trans que se identificam como mulheres ainda carregam vantagens físicas masculinas que podem dominar e potencialmente colocar em risco as mulheres.
“No boxe, um homem lutando contra uma mulher nunca deve ser aceito, mesmo que haja mudança de gênero”, disse ele. “Queremos entrar nisso com transparência e decisões corretas. A mudança de gênero de mulher para homem ou homem para mulher nunca será permitida para lutar contra uma pessoa de sexo diferente no nascimento”. Sulaiman informou ao jornal britânico que a WBC avaliará o interesse em eventos exclusivos para transgêneros em 2023, para os quais provavelmente haveria regras e regulamentos exclusivos.
No esporte de combate de artes marciais mistas (MMA), que inclui técnicas além dos socos permitidos no boxe, as lutadoras correm riscos ainda maiores de lesões. Em uma luta em 2014, Fallon Fox, o primeiro lutador de MMA a se identificar como transgênero, competiu com a lutadora americana Tamikka Brents, que durou pouco mais de dois minutos na luta, até que o árbitro encerrou a disputa.
Brents sofreu uma fratura no crânio e foi atendida com emergência no hospital por uma concussão e um osso orbital quebrado, levando sete grampos na cabeça. “Já lutei com muitas mulheres e nunca me senti como naquela noite. Nunca me senti tão dominada na minha vida, e sou uma mulher forte”, disse a americana.