O economista conservador Santiago Peña tomou posse nesta terça-feira (15) como o novo presidente do Paraguai para o período 2023-2028, em substituição ao correligionário Mario Abdo Benítez.
Por volta das 8h47 (hora local, 9h47 de Brasília), o novo governante foi empossado após prestar juramento perante o presidente do Congresso, Silvio Ovelar.
Antes da cerimônia, o vice-presidente, Pedro Alliana, foi empossado na esplanada do Palácio de los López, a sede de governo da República do Paraguai.
Entre os convidados da cerimônia estão lideranças latino-americanas como o presidente Lula, o argentino Alberto Fernández, Luis Alberto Lacalle Pou, do Ururguai e Luis Arce, da Bolívia, também marcaram presença o rei Felipe VI da Espanha e o vice-presidente de Taiwan.
Discurso presidencial
Em seu discurso de posse, Peña declarou que o Paraguai tem capacidade para desempenhar um papel estratégico em um contexto marcado por tensões geopolíticas relacionadas ao acesso à água, à segurança alimentar e à suficiência energética.
Além disso, o novo governante garantiu que seu país está determinado a "abandonar a imagem de ilha rodeada por terra", como descreveu o escritor paraguaio Augusto Roa Bastos, e antecipou que buscará se tornar o "centro da integração sul-americana".
Nesse sentido, apontou como um de seus principais objetivos estratégicos “contribuir para melhorar o funcionamento do Mercosul”.
"Estamos cientes dos avanços alcançados no caminho da integração, mas não podemos estar satisfeitos e devemos avançar com coragem e determinação", acrescentou.
Guerra na Ucrânia
O novo presidente do Paraguai ainda recordou durante sua fala a situação na Ucrânia e instou todas as partes envolvidas no conflito a "interromper imediatamente as ações militares para evitar mais vítimas e danos".
"Mantemos vínculos econômicos, culturais e históricos com o povo russo, mas não podemos ficar indiferentes à agressão militar sofrida pelo povo ucraniano, com terríveis consequências para o desenvolvimento humano", declarou Peña no Palacio de los López, sede do governo paraguaio.
Nesse sentido, comentou que a Ucrânia está sofrendo "o mesmo destino que o Paraguai sofreu durante a Guerra Grande" ou da Tríplice Aliança (1864-1870), na qual enfrentou uma coalizão formada por Brasil, Argentina e Uruguai.
"Fomos invadidos por potências maiores e como consequência perdemos 60% do nosso território e 90% da população masculina. Este conflito deixou graves consequências até hoje. 153 anos após o fim da guerra, continuamos nosso processo de recuperação", destacou.
Da mesma forma, o novo presidente paraguaio ressaltou que acredita no diálogo e não na força como mecanismo para solucionar qualquer controvérsia.
“Apoiamos as iniciativas de paz promovidas tanto pelo Brasil, país irmão e aliado estratégico, quanto pelo papa Francisco, que tivemos o orgulho de receber em 2015 e cuja comovente presença ainda hoje inspira todos os paraguaios”, concluiu. (Com informações da Agência EFE)