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Enquanto a campanha de Mitt Romney à presidência dos EUA ganha impulso, alguns grupos conservadores manifestam frustração com as propostas tributárias dos candidatos, que rivais dizem ser propositalmente vagas.

Romney - que é o favorito na eleição primária de New Hampshire, no dia 10, depois de vencer a disputa em Iowa na terça-feira - oferece tão poucos detalhes sobre suas propostas tributárias que especialistas independentes se dizem incapazes de avaliá-las.

Em seu site, o plano de Romney é resumido em três parágrafos e sete tópicos. Dois rivais republicanos, Rick Perry e Newt Gingrich, apresentaram ambiciosas propostas de imposto único, o que os conservadores aplaudiram.

Rick Santorum, que ficou apenas oito votos atrás de Romney em Iowa, apresenta um plano tributário de 12 itens em seu site.

Grupos conservadores como o Clube para o Crescimento e o Instituto Cato dizem que Romney manteve-se vago para evitar que um compromisso explícito com os princípios tributários direitistas o atrapalhe numa eventual disputa contra o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, na eleição geral de novembro.

"Basicamente, ele está simplesmente preservando o status quo, com um plano tributário que poderia ser muito mais incisivo", disse o presidente do Clube para o Crescimento, Chris Chocola, que defende imposto de renda mais baixo.

A estratégia ameaça reforçar a convicção entre republicanos mais conservadores de que o ex-governador de Massachuesetts, apesar de suas declarações em contrário, não tem convicções conservadoras arraigadas.

"Romney não assume necessariamente riscos quando se trata de políticas", disse Chocola. "Esse é o problema dele. Você não sabe o que ele afinal vai fazer."

O pesquisador-sênior do Instituto Cato, Daniel Mitchell,disse que Romney "é provavelmente menos sincero que o político médio".

Convidada a responder a essas críticas, a campanha de Romney pediu que a Reuters consultasse o site do candidato.

Após 14 debates e vários meses de corpo a corpo eleitoral em 2011, Romney oferece até agora poucos detalhes sobre suas propostas.

Ele defende a prorrogação permanente dos abrangentes cortes tributários promovidos no governo de George W. Bush, e que já foram renovados por Obama e pelo Congresso até 2012.

Romney também propõe uma reforma dos impostos empresariais, reduzindo a alíquota máxima de 35 para 25%, e a transição para um sistema "territorial". Prega ainda o fim do imposto imobiliário e da taxação sobre dividendos e ganhos de capital para pessoas com renda de até 200 mil dólares por ano.

Mitchell, do Instituto Cato, acusou Romney de não assumir uma posição firme contra a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que segundo Mitchell é a opção tributária favorita dos liberais da Europa e dos EUA.

O Wall Street Journal disse no mês passado que Romney, em entrevista ao jornal, não descartou a possibilidade de adoção do IVA.

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