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A deputada do PP Cayetana Álvarez de Toledo, que apresentou a proposta, chamou a saída de González da Venezuela de “operação organizada pela ditadura e facilitada por Zapatero e pelo governo da Espanha”
A deputada do PP Cayetana Álvarez de Toledo, que apresentou a proposta, chamou a saída de González da Venezuela de “operação organizada pela ditadura e facilitada por Zapatero e pelo governo da Espanha”| Foto: EFE/Javier Lizon

O conservador e oposicionista Partido Popular (PP) conseguiu arregimentar apoios nesta terça-feira (10) no Congresso dos Deputados da Espanha para aprovar um projeto para que a casa reconheça Edmundo González como presidente da Venezuela e solicite à gestão do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, para que faça o mesmo.

No fim de semana, González, que tinha contra si um mandado de prisão emitido pela Justiça chavista, viajou para a Espanha para receber asilo político.

Órgãos de imprensa da Espanha noticiaram que o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, ex-presidente do governo espanhol (2004-2011), intermediou as negociações entre a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela e a gestão de Sánchez para a saída de González. Essas conversas foram criticadas pelo PP.

Segundo informações do jornal espanhol El Diário, a proposta do PP será aprovada nesta quarta-feira (11) porque o partido conservador conseguiu o apoio do Vox, do Partido Nacionalista Basco (PNV), da União do Povo Navarro (UPN) e da Coligação das Canárias.

O apoio do PNV, que tem cinco cadeiras no Congresso dos Deputados, é extremamente simbólico, porque a legenda é aliada do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de Sánchez.

“É um imperativo estratégico, especialmente depois da operação organizada pela ditadura e facilitada por Zapatero e pelo governo da Espanha”, disse no plenário a deputada do PP Cayetana Álvarez de Toledo, que apresentou a proposta.

Estiveram presentes na galeria de convidados nesta terça-feira os líderes opositores venezuelanos Leopoldo López e Antonio Ledezma, além de Carolina González, filha de Edmundo González.

Pela bancada socialista, a deputada Cristina Narbona considerou que é necessário “buscar soluções reais” e “não gerar falsas expectativas” e pediu que os venezuelanos “não se deixem enganar”, pois o reconhecimento de González como presidente não é “uma espécie de varinha mágica que fará Maduro desaparecer por encanto”, argumentou.

Narbona afirmou que nenhum governo da União Europeia, nem mesmo os de cunho conservador, levantou até agora “a oportunidade e a conveniência” de reconhecer González como presidente, um argumento que não convenceu o PP, que destacou que a Espanha quebrou o consenso europeu ao reconhecer a Palestina como um Estado.

Enquanto o debate ocorria no Congresso, em Madri, centenas de opositores venezuelanos se reuniram do lado de fora para exigir o reconhecimento da vitória de González, que, em uma mensagem lida por sua filha, endossou seu compromisso com a luta pela liberdade na Venezuela.

O chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) diz que a eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela foi vencida por Maduro. A oposição alega que González venceu a disputa e publicou cópias de atas de votação para comprovar. (Com Agência EFE)

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