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O líder conservador Antonis Samaras assumiu o governo grego | Yannis Behrakis/Reuters
O líder conservador Antonis Samaras assumiu o governo grego| Foto: Yannis Behrakis/Reuters

Desafios da coalizão

Pacote europeu (130 bilhões de euros) de 22 de fevereiro exige:

• Redução e congelamento de salários e aposentadorias

• Diminuição no número de empresas e empregos públicos (150 mil funcionários precisam ser demitidos até o ano de 2015)

• Supervisionamento de autoridades europeias para garantir que o país pague as contas

• Dinheiro deve ser despositado numa conta bloqueada, forçando o pagamento da dívida antes do uso para gastos do governo

• Criação de legislação específica criada para tornar o pagamento da dívida uma prioridade

Importância da maioria no legislativo

• Eleger o primeiro-ministro

• Eleger o presidente da República (em primeira votação), 2/3 do Parlamento

• Leis sobre a soberania nacional precisam de 2/3 do Parlamento

• Pedido de impeachment do presidente, 2/3

• Concessão de anistia para crimes políticos, 3/5

Fonte: Folhapress

Projeções

Economistas preveem contração da economia do país até 2013

Reuters

A Grécia não verá um retorno ao crescimento econômico em breve. De acordo com a média das projeções de economistas ouvidos pela agência Reuters, a atividade do país irá contrair 5,8% este ano, e depois 1,3% no próximo ano.

Isso significa que as perspectivas de crescimento para a Grécia foram diminuídas em cinco pesquisas consecutivas desde quando explodiu a crise da dívida do país.

A taxa de desemprego – que atingiu o recorde de 22,6% no primeiro trimestre – deverá subir para 23,4% até o final do próximo ano.

Outros países

A pesquisa mostra períodos sombrios à frente também para a Espanha. A economia espanhola vai contrair cerca de 1,5% neste ano e 0,7% no próximo ano, segundo a pesquisa - números muito mais pessimistas do que as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) de abril, que sugeriram uma boa chance do país retornar ao crescimento no próximo ano. Dezoito dos 25 economistas entrevistados reduziram suas perspectivas de crescimento para a Espanha para o próximo ano.

A taxa de desemprego da Espanha também deve subir mais. Apenas dois dos 14 analistas previram que a taxa irá cair no próximo ano, com a mediana das expectativas sugerindo que ela possa, eventualmente, ultrapassar 25%.

Apenas a Irlanda, do grupo dos países resgatados, terá algum tipo de melhora significativa, de acordo com a pesquisa. A mediana das expectativas de 25 economistas mostrou que a economia do país terá 0,2% de crescimento neste ano e 1,5% em 2013, quando o desemprego provavelmente começará a cair.

No último dia do prazo, os principais partidos políticos da Grécia anunciaram ontem que chegaram a acordo para formar um governo de coalizão que afasta, ao menos de imediato, a ameaça de saída do país da zona do euro.

O conservador Nova De­­mocracia, que obteve a maior votação das eleições parlamentares de domingo e 129 cadeiras no Parlamento, será apoiado pelo socialista Pa­­sok, com 33 representantes,­­ e pelo pequeno Esquerda De­­mocrática, que conquistou­­ 17 vagas. No total, a coalizão contará com 179 das 300 cadeiras do Parlamento.

As legendas são favoráveis, ainda que com ajustes, ao pacote acertado com a "troica" (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI), que exige cortes e demissões.

O líder do partido mais votado, Antonis Samaras, 61 anos, foi empossado como novo premiê da Grécia para um mandato de dois anos.

Samaras afirmou que pedirá ao novo governo, que será formado hoje, para "trabalhar duro, de modo que possamos oferecer esperanças concretas ao povo".

A formação do governo só foi possível porque a legislação grega oferece 50 cadeiras adicionais ao partido que conquista mais votos na eleição proporcional.

O novo governo repetirá­­ a convivência entre Nova De­­mo­cracia e Pasok no poder­­ que ocorreu durante o mandato interino do premiê Lucas Papademos (novembro de 2011 a maio de 2012), período em que foi acertado o segundo pacote de socorro ao país.

A coalizão de Samaras tentará renegociar alguns termos do pacote, como tempo para cumprir metas de redução do deficit e da dívida pública.

Alguns líderes europeus já sinalizaram que podem fazer concessões ao país. A chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, contudo, reafirmou que "o novo governo deve continuar a cumprir os compromissos acertados".

Evitando comprometer-se, Merkel sinalizou que pode abandonar sua oposição ao uso do novo fundo europeu de estabilização financeira para comprar títulos da dívida de países com turbulência, como Itália e Espanha.

O objetivo é valorizar esses títulos, reduzindo o juro cobrado do mercado para que esses países se refinanciem.

Uma proposta nesse sentido foi apresentada pelo premiê Mario Monti (Itália) na cúpula do G20 no México e defendida ontem pelo premiê François Hollande (França).

"A Itália lançou uma ideia que merece ser analisada", disse Hollande.

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