O conservador Mateusz Morawiecki assumiu nesta segunda-feira (27) o cargo de primeiro-ministro da Polônia, algo que a oposição criticou como uma “perda de tempo”, porque dificilmente seu governo obterá os votos de confiança necessários do Parlamento.
Morawiecki apresentou hoje os ministros que vão compor um governo provavelmente de curta duração, liderado pelo partido Lei e Justiça (PiS), o mais votado nas eleições de 15 de outubro, mas superado em número de cadeiras no Parlamento pela aliança opositora de centro.
A partir de hoje, Morawiecki terá duas semanas para submeter esse gabinete ministerial a uma votação de aval parlamentar.
Caso o insucesso da nova gestão se confirme, o presidente do país, Andrzej Duda, terá então mais 14 dias para nomear outro encarregado de formar um governo, que provavelmente será Donald Tusk, líder da Plataforma dos Cidadãos, a aliança centrista formada pela oposição.
“Estamos cumprindo o costume constitucional de nomear um governo apresentado pelo partido que venceu as eleições”, disse Duda, que já foi membro do PiS e é simpático ao partido conservador.
“Os poloneses votaram por uma mudança para melhor, não por um cabaré ruim de duas semanas. É uma perda de tempo e uma vergonha para a Polônia”, escreveu o presidente de um dos partidos de oposição, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, na rede social X (ex-Twitter).
Nas eleições realizadas em 15 de outubro, o PiS conquistou 194 cadeiras, ficando aquém da maioria absoluta de 231.
Em contraste, a Plataforma dos Cidadãos de Tusk conquistou 157 assentos, o que, juntamente com os 65 da Terceira Via e os 26 da Nova Esquerda, permitirá que ela forme governo.
Em 10 de novembro, Tusk e os líderes dos outros partidos de oposição de centro-liberal assinaram um acordo de coalizão e, apesar das repetidas ofertas de Morawiecki para participar de seu projeto de governo, nenhum deles expressou intenção de se aliar ao PiS.