A nova Constituição equatoriana recebeu, no referendo de domingo, 63,86% dos votos, após a apuração de 80,24% das urnas, segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jorge Acosta. O presidente, Rafael Correa, que ganha direito a reeleição com a nova Constituição, já havia comemorado o triunfo do "sim". A oposição, que era contra o documento, já pensa em lutar por autonomia regional em Quito e Guayaquil, assim como fizeram os estados mais ricos da Bolívia diante da reforma constitucional promovida pelo governo de Evo Morales.

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Acosta declarou que 3.737.397 votos foram favoráveis à Constituição, enquanto 1.655.624 contrários. Votos brancos representaram 0,68% dos votos apurados, e nulos, 7,17%. A contagem do TSE confirma a tendência apresentada nas pesquisas equatorianas feitas pelas empresas privadas Cedatos e Santiago Pérez Investigación y Estúdios, que revelavam a aprovação da nova Constituição com índices entre 66,4% e 70%.

A nova Carta equatoriana permite, por exemplo, que o governo exproprie empresas que não estejam cumprindo sua função social - conceito vago e não detalhado. Além disso, coloca o Banco Central do país sob comando direto do presidente. O texto foi redigido por uma Assembléia Constituinte eleita, na qual o governo tinha ampla maioria.

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Uma contagem rápida da ONG Participación Ciudadana registrou que 63,2% da população votou pela Constituição proposta pelo presidente Rafael Correa.

No domingo, ao comemorar a vitória , o governante convocou a população a "juntar ombros, mãos e esforços para avançar nesta direção, que o povo por arrasadora maioria e de forma absolutamente democrática acaba de decidir neste dia histórico", referindo-se às mudanças contidas na nova Carta Magna do país. Para ser aprovada, a Constituição precisa de mais de 50% do total de votos mais um.

Correa recebeu os parabéns dos presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, Michelle Bachelet, do Chile, e Evo Morales, da Bolívia, por ter conseguido aprovar a nova Constituição do país. Em declarações à imprensa estrangeira, Correa disse ter recebido ligações telefônicas dos três presidentes, que expressaram "mostras de simpatia e apoio".

Eleito em 2006, Correa é altamente popular no país. O presidente aproveitou a receita extra do petróleo para criar programas sociais. Ele deve convocar eleições gerais para o início de 2009. Pela nova Constituição, poderá ficar no cargo até 2017.