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Medida extrema

Constituinte do Equador deixará deputados sem salário para forçá-los a ir embora

A Assembléia Constituinte equatoriana vai asfixar economicamente os deputados que se recusarem a deixar o cargo, quando for declarado o recesso por tempo indefinido no Congresso, disse nesta sexta-feira Alberto Acosta, líder da maioria governista.

"Quando não tiverem mais seus salários - porque a Assembléia não vai permitir que o Estado continue pagando a eles - irão para casa", destacou Acosta, virtual presidente do fórum que redigirá a vigésima Constituição do Equador.

A Constituinte que será instalada na próxima quinta-feira, vai declarar o atual Parlamento, dominado pela oposição, em recseso indefinido - um procedimento que vai tirar do caminho um organismo que o presidente Rafael Correa prometeu dissolver por "corrupção e incompetência".

A oposição legislativa pediu, no entanto, às Forças Armadas que evitem o fechamento, solicitando prisão para os incentivadores dessa iniciativa.

O presidente do Equador, Rafael Correa, havia acusado o Congresso, de maioria opositora, de boicotar seu trabalho, depois que os parlamentares derrubaram nove decretos de emergência enviados pelo governo para contemplar setores chave como Saúde e Educação.

"Um Congresso desesperado, que como um moribundo desenganado quer levar o país consigo, derruba estas emergências. Parece que os deputados dão preferência ao pagamento da dívida externa em detrimento da Educação e da Saúde", disse Correa, em declaração divulgada neste sábado pela secretaria de Comunicação do governo.

Correa defende a dissolução do Parlamento por uma Assembléia com plenos poderes, que será instalada semana que vem para redigir uma nova Constituição para o país, e na qual o partido do governo terá maioria absoluta (80 dos 130 assentos).

No entanto, segundo o deputado Diego Ordóñez, da União Democrata Cristã, que estimulou a revogação, Correa utilizou os decretos de emergência "para gastar dinheiro de maneira clientelista e populista".

Desde que assumiu o poder, Correa promove várias reformas de cunho socialista para aumentar o papel do Estado na economia e superar uma grave crise política que impediu seus três antecessores de concluir o mandato.

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