Construções em cerca de 75% dos assentamentos judaicos na Cisjordânia foram erguidas sem licença ou em desacordo com as permissões emitidas pelas autoridades israelenses. A informação é de um relatório secreto do Ministério da Defesa de Israel publicado pelo jornal Haaretz. O estudo acrescenta que, em 30 colônias, a construção de "prédios e infraestrutura, incluindo estradas, escolas e delegacias, foram realizadas em terras privadas de palestinos". Segundo o Haaretz, o ministro da Defesa Ehud Barak, tentou impedir a publicação do relatório sob o argumento de que ele colocaria em risco a segurança de Israel e prejudicaria a imagem do país. O governo israelense, nas negociações de paz, havia se comprometido a congelar a construção de colônias.
Os assentamentos - mais de 500, segundo o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) - estão espalhados pela Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Alguns são verdadeiras cidades, como Maaleh Adumim e Ariel. Outros são menores, com centenas de moradores. Ainda há os "postos avançados" - trailers estacionados em pontos isolados. À distância, é fácil reconhecer um assentamento. As casas são quase todas iguais e simétricas, na maioria das vezes com telhados vermelhos e localizadas no alto de colinas. Algumas ficam próximas a vilas palestinas. Os colonos se locomovem em seus próprios carros ou em ônibus blindados verdes. Grande parte da sociedade israelense é contra os assentamentos, que prejudicam a imagem externa de Israel, colocam jovens soldados em risco e são um obstáculo para os acordos de paz. O governo dos Estados Unidos, a ONU e a maior parte da comunidade internacional também é contrária aos assentamentos
O premiê, Ehud Olmert, afirmou no ano passado que em algum momento Israel terá de se retirar da Cisjordânia. Já Benjamin Netanyahu, favorito na disputa das eleições parlamentares do dia 10, deixou claro que seu governo não irá remover as colônias.
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