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Massacre

Cônsul põe em dúvida morte de brasileiros no México

Corpos de mexicanos encontrados em Acapulco: mensagens de ameaça deixadas junto aos cadáveres seriam do cartel Beltran Leyva | Jesus Trigo/Reuters
Corpos de mexicanos encontrados em Acapulco: mensagens de ameaça deixadas junto aos cadáveres seriam do cartel Beltran Leyva (Foto: Jesus Trigo/Reuters)
Veja onde aconteceram as mortes |

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Veja onde aconteceram as mortes

Matamoros, México - As autoridades do México identificaram pelo menos 31 dos 72 mortos em um massacre no nordeste do país. As vítimas eram imi­­grantes da América Central e da América do Sul, massacrados perto da fronteira com os Estados Uni­­dos, supostamente pelo cartel Los Zetas. A Procuradoria do Esta­­do de Tamaulipas, no norte do país, afirmou em nota que entre os imigrantes identificados 14 eram de Honduras, 12 de El Sal­­vador, quatro da Guatemala e um do Brasil. Segundo o órgão, estão por identificar 41 corpos.

O cônsul-geral do Brasil no México, Márcio Lage, colocou em dúvida a informação de que há um brasileiro entre os mortos. O nome encontrado nos documentos junto ao corpo, cuja identidade não foi revelada, seria hispânico, e não brasileiro.

A Procuradoria mexicana in­­formou ainda que os corpos fo­­ram transportados para a cidade de Reynosa, perto de San Fernan­­do, onde os cadáveres permaneceram pelo menos até a quinta-feira dentro de uma câmara refrigerada de uma funerária privada, que estava fortemente guardada pelas autoridades.

A identificação dos corpos está sendo realizada por peritos das procuradorias de Tamaulipas e General de la República.

Segundo as informações iniciais de autoridades mexicanas, quatro dos mortos seriam brasileiros. O porta-voz de segurança do governo federal, Alejandro Poiré, disse à Radio W que aparentemente os imigrantes foram assassinados após se negarem a colaborar com Los Zetas. "O que este epi­­sódio revela, com a informação de que dispomos até agora, é uma modalidade de recrutamento forçado", explicou. "Digo, nem se­­quer é um sequestro com intenção aparentemente pecuniária, mas sim fundamentalmente...forçá-los a participar nas estruturas do crime organizado."

As vítimas foram encontradas na terça-feira, em uma fazenda per­­to de San Fernando, cidade de 30 mil pessoas no estado de Ta­­mau­lipas. Há diplomatas do Bra­­sil, El Salvador, Equador e Hon­­du­ras em San Fernando, para acompanhar os trabalhos de identificação.

Ofensiva

Caso se confirme que Los Zetas foi o grupo responsável pelo massacre, este será o episódio mais sangrento desde que o presidente Felipe Calderón lançou uma ofensiva contra o narcotráfico no país, no fim de 2006. Mais de 28 mil pessoas morreram desde então em incidentes relacionados ao tráfico de drogas no México.

Calderón disse que o caso é um novo sinal de que os cartéis estão sendo prejudicados pela ofensiva com milhares de soldados e policiais federais e assim buscam de modo desesperado meios alternativos de conseguir dinheiro. Já ativistas pelos direitos dos imigrantes atribuem a violência à indiferença governamental.

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