A conta do "Le Monde" foi hackeada na noite de terça-feira por um grupo vinculado ao regime sírio de Bashar Al-Assad, que tentou, sem sucesso, publicar mensagens no jornal francês.
Horas depois, o grupo Exército Eletrônico Sírio (EES), próximo ao regime do presidente sírio, reivindicou o ataque ocorrido às 3h45 local (23h45, em Brasília) por que a publicação "respalda" os terroristas na Síria.
"O EES condena o terrorismo na França, mas o 'Le Monde' e o governo francês apoiaram o terrorismo na Síria", afirmam os hackers.
Em outro tweet, o grupo assegura que seu ciberataque teve êxito e agregam que nunca fracassarão em seu trabalho de divulgar sua "mensagem de paz e contra o terrorismo".
Tudo começou com um e-mail recebido por um dos jornalistas do jornal no último dia 18, aparentemente enviado por seu redator-chefe, mas na realidade era falso, como outros que também foram enviados a outros funcionários.
O objetivo dessas mensagens era recuperar as chaves de acesso da conta no Twitter, que tem três milhões de assinantes.
Seguindo o rastro deixado, as equipes do "Le Monde" descobriram que os atacantes tinham utilizado - para não levantar suspeitas - um servidor que trabalha para um jornal americano, o "New York Post", ao qual tinham conseguido acesso previamente também por via informática.
O grupo também tinham lançado uma segunda campanha de envios não só para controlar a conta no Twitter, mas também para publicar uma mensagem de reivindicação no espaço editorial do "Le Monde", algo que foi evitado.
Esse mesmo Exército Eletrônico Sírio tinha conseguido hackear em 2013 a conta no Twitter da agência "Associated Press", na qual introduziram uma falsa informação, que falava sobre duas explosões na Casa Branca e que o presidente americano tinha ficado ferido.
O EES, surgido em maio de 2011, protagonizou vários ciberataques desde seu nascimento contra meios de comunicação como os jornais "The Financial Times", "The Washington Post" e "The Guardian", e inclusive chegou a hackear a conta no Twitter do FC Barcelona.
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