De acordo os primeiros resultados da contagem rápida de votos no Peru, o candidato do partido Peruanos pela Mudança, Pedro Pablo Kuczynski, ficou em primeiro lugar, com uma vantagem apertada, entre 1% e 1,6% dos votos. Na opinião de analistas locais, se a vitória de PPK (como é chamado o candidato pelos peruanos) se confirmar, será, na verdade, a vitória do antifujimorismo, o sentimento de rejeição ao governo de Alberto Fujimori (1990-2000), pai de Keiko, preso desde 2007 por sua responsabilidade em crimes de lesa-Humanidade e corrupção.
Após os anúncios, o candidato reagiu com otimismo, mas pediu cautela. “Tomamos os resultados preliminares com otimismo, mas com modéstia. Não ganhamos ainda. Para isso temos que esperar os resultados oficiais. Nós incomodamos a ditadura.”
Segundo a contagem da GFK, o ex-ministro de Finanças do governo Alejandro Toledo obteve 50,8% dos votos, contra 49,2% da filha de Fujimori. Já o resultado divulgado pela Ipsos mostrou uma vantagem maior de PPK: 50,5% contra 49,5%. Pouco antes, as primeiras pesquisas de boca de urna anteciparam um cenário favorável ao candidato de 77 anos que, há pouco mais de uma semana, chegou a estar até oito pontos percentuais atrás de Keiko, de 41. A única exceção foi a boca de urna da empresa de consultoria CPI, na qual a ex-primeira-dama do Peru (cargo que ocupou quando tinha apenas 19 anos) aparecia em primeiro lugar, com 51,1%, contra 48,9% de seu adversário.
Transmitida pela América TV como parte de sua cobertura das eleições pelo jornal “El Comercio” em um site especial, a contagem rápida da Ipsos Perú foi feita com base em 96,6% das atas de votação. Já a primeira contagem rápida da Oficina Nacional de Processos Eleitorais do Peru (Onpe) só será divulgada por volta das 21h deste domingo no horário local (23h no Brasil), levando em conta entre 20% e 30% das atas.
Outra contagem da empresa GFK dava uma vantagem um pouco maior para PPK: 50,8% contra 49,2% para a filha de Alberto Fujimori.
“Continuamos em empate técnico”, disse o diretor da Ipsos, Alfredo Torres.
Fujimorismo
Ao longo da campanha, Keiko buscou marcar claras diferenças com os governos do pai, principalmente a medidas polêmicas como o golpe de Estado de 1992 e violações dos direitos humanos. No entanto, manteve antigos fujimoristas em sua lista de candidatos ao Parlamento e nas últimas semanas foi alvo de uma marcha gigantesca em Lima em repúdio à sua candidatura e ao “narcoestado” que, segundo adversários, representou o fujimorismo.
“As denúncias prejudicaram muito Keiko e PPK foi astuto. Mudou o tom da campanha, ficou mais beligerante”, disse Fernando Tuesta, professor da Universidade Católica de Lima.
Para ele, o respaldo da ex-candidata da esquerda, Verónika Mendoza, também ajudou. “Em algumas regiões do Sul, onde Verónika foi muito forte no primeiro turno, o candidato obteve mais de 70% dos votos. O fator central foi o antifujimorismo, PPK sozinho nunca teria chegado tão longe”, assegurou o professor.
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