Por que o movimento começou agora, três anos depois do início da crise, em 2008?
Este movimento começou porque as pessoas estão perdendo as esperanças de que os partidos políticos por si só vão fazer alguma coisa para frear o empobrecimento cada vez maior dos americanos e as injustiças geradas pelos interesses das grandes corporações.
Por que os jovens estão sem esperança? Eles acham que não vão poder pagar a dívida da universidade, por exemplo?
Os jovens não estão sem esperanças. Caso contrário, eles não estariam dando início a um movimento social. Esse movimento indica que eles têm esperança de que podem ser ouvidos e influenciar mudanças que levem a uma sociedade mais justa, menos voltada aos interesses corporativos.
Você acha que esse movimento reflete o sentimento da maioria do povo americano diante da crise ou é somente um grupo limitado?
Isso reflete o sentimento da maioria. O movimento está tentando se desenvolver para expressar o sentimento daqueles que se sentem injustiçados diante do fracasso do governo em proteger o bem público, como infraestrutura e saúde. Eles também estão se voltando contra a ganância desenfreada das grandes corporações, dos bancos e de membros do partido Republicano que se dispõem a dar suporte a tudo isso.
Em um artigo publicado na revista Time, o Occupy Wall Street foi chamado de Tea Party da esquerda. Você concorda?
É em oposição ao Tea Party, sim. Este, todavia, é um movimento que conta com o apoio dos trabalhadores já que trata das injustiças nas relações de trabalho e a classe média apoia. Em resumo, os 99% que correm risco neste país. É diferente do Tea Party porque não é financiado ou patrocinado por membros endinheirados de qualquer partido político ou grupo de lobistas. É um movimento democrático e igualitário. O Tea Party é protofascista.
Este movimento pode crescer e gerar verdadeiras consequências para a realidade dos EUA?
Esse movimento vai crescer, já tem crescido. Organizações de trabalhadores estiveram na marcha de quarta-feira. Trabalhadores não estavam nas manifestações e nos movimentos dos anos 1960. Eles estão lá, agora, porque têm uma coisa em comum com os jovens: a preocupação com o futuro, com seus direitos e bem-estar econômico. Ambos buscam o desafio de fazer uma redistribuição radical da riqueza, que tem se concentrado no topo nos últimos 30 anos.
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