Washington descarta envio de tropas para o Cáucaso
O secretário americano de Defesa, Robert Gates, disse ontem que não será necessário enviar tropas americanas à guerra entre a Rússia e a Geórgia, mas advertiu que as relações entre Washington e Moscou poderão sofrer se os russos não se retirarem rapidamente do território da Geórgia.
Moscou - O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou ontem que seu país vai apoiar a posição das regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e Abkházia em conversas sobre o "status futuro" destas áreas. Por outro lado, os Estados Unidos voltaram a pedir respeito à integridade territorial da ex-república soviética.
Eduard Kokoity e Sergei Bagapsh, autoproclamados presidentes da Ossétia do Sul e Abkházia, os dois enclaves na Geórgia, viajaram para Moscou ontem em uma visita não-anunciada para pedir apoio ao Kremlin no momento em que esforços diplomáticos são feitos para terminar com o conflito entre a Geórgia e a Rússia, iniciado na semana passada.
Medvedev, falando após os líderes dos dois países terem assinado um plano de seis pontos intermediado pela França para acabar com as hostilidades, disse que Moscou apóia integralmente as decisões das regiões.
"Por favor, saibam que a posição da Rússia não mudou. Nós vamos apoiar quaisquer decisões tomadas pelos povos da Ossétia do Sul e da Abkházia (...) e não somente apoiá-las, mas iremos garanti-las tanto no Cáucaso quanto por todo o mundo", disse Medvedev.
Medvedev e o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, concordaram nesta semana sobre um plano de paz proposto pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, para colocar fim ao conflito na Ossétia do Sul.
Saakashvili depois retirou do plano referências a discussões sobre o "status futuro" das duas regiões separatistas o sexto ponto. A Rússia não fez objeções.
"Quando falamos sobre o sexto ponto sobre o status quero que saibam e quero dizer aos povos da Ossétia do Sul e da Abkházia que a posição da Rússia não se alterou", disse Medvedev. "Algum tempo atrás o presidente da França e eu concordamos sobre os princípios que dão início a uma determinação sobre o assunto. Esses princípios formam a base do que podemos usar para continuar nosso trabalho."
Com o anúncio de apoio de Medvedev, os presidentes das regiões separatistas pró-russas da Abkházia e da Ossétia do Sul afirmaram estar determinados a se tornar independentes da Geórgia.
"A aspiração do povo da Ossétia do Sul à independência continua sem mudanças. Obteremos a independência em estrita conformidade com as regras do direito internacional", afirmou o presidente osseta, Edouard Kokoiti.
Rice
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu que as tropas russas saiam do território georgiano, afirmando que Washington "insiste que a soberania e a integridade territorial da Geórgia devem ser respeitadas".
No plano diplomático, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, chegou à França ontem para demonstrar o apoio de Washington ao governo de Tbilisi. Ela deve ir à Geórgia hoje.
Na véspera, Rice afirmou que a rússia não sairá impune do conflito. "Não estamos em 1968. A Rússia não pode fazer o que quiser, invadir um país e sair impune", afirmou em coletiva. Rice fazia alusão à ocupação da antiga Tchecoslováquia pela União Soviética, em 20 de agosto de 1968.
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