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Contra-ataque

Contra guerrilha, Lugo pede estado de exceção

O presidente paraguaio Fernando Lugo, em Assunção: apelo ao Congresso | Rafael Urzua/Reuters
O presidente paraguaio Fernando Lugo, em Assunção: apelo ao Congresso (Foto: Rafael Urzua/Reuters)

O presidente do Paraguai, Fer­­nando Lugo, entregou ontem ao Congresso pedido de declaração urgente de estado de exceção por 60 dias em 5 dos 17 departamentos (estados) do país. A medida tem como objetivo facilitar a captura de membros do grupo guerrilheiro Exército do Povo Paraguaio (EPP), que desde 2008 realiza sequestros para obter dinheiro.

Na quarta-feira, um ataque do EPP a uma fazenda deixou quatro mortos, entre eles um policial e três empregados da estância. A Câmara de Deputados deverá votar o pedido do estado de exceção ainda hoje.

"É possível garantir que com a declaração do estado de exceção as forças militares terão ampla liberdade de atuar, para que volte a paz e esses delinquentes do EPP sejam capturados e postos à disposição da justiça", afirmou Lugo após uma reunião com o senador Miguel Carrizosa, do partido opositor Pátria Querida. Carrizosa é o atual presidente do Congresso.

Pelo documento apresentado por Lugo, o estado de exceção terá validade nos departamentos de Amambay, San Pedro, Concepción e Alto Paraguai, no norte do país, e também no de Villa Hayes, no noroeste.

O EPP é uma dissidência do partido de esquerda Pátria Livre, que não tem representação no Parlamento. O grupo ficou co­­nhecido em 2008, quando se­­questrou um fazendeiro em San Pedro. No fim daquele ano, o EPP incendiou um posto militar.

No ano seguinte, outro fazendeiro foi sequestrado, no departamento de Concepción. Pela liberação dos dois reféns, o grupo cobrou US$ 700 mil, segundo a promotoria antissequestro paraguaia.

O vice-ministro do Interior, Carmelo Caballero, anunciou ontem que 16 membros do grupo já foram capturados.

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