Navios de guerra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) escoltaram nesta segunda-feira (27) pela primeira vez uma carga de um navio pelas águas da Somália infestadas de piratas. Um dos sete navios que chegaram à região no fim de semana protegeu uma embarcação que transportava soldados da União Africana em missão de paz rumo à Somália. O objetivo da frota é conduzir patrulhas contra piratas e proteger carregamentos do Programa Mundial de Alimentação.

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"A operação está indo bem", afirmou em Bruxelas o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer. "Um navio da Otan acabou de escoltar um navio trazendo carregamentos para o batalhão de Burundi (...) na Somália." O país africano não possui Marinha ou Guarda Costeira e não pode proteger seu litoral, que inclui o Golfo de Áden, um dos mais movimentados e perigosos do mundo.

Enquanto isso, seqüestradores em poder de um cargueiro ucraniano carregado com armas afirmaram que a empresa com que negociam se recusou a pagar pelas armas. O cargueiro MV Faina, carregado com armas pesadas e 33 tanques de batalha, foi seqüestrado em 25 de setembro. O caso chamou a atenção internacional sobre a ameaça dos piratas no Chifre da África. Navios da 5ª Frota da Marinha norte-americana cercaram a região por um mês, para garantir que o cargueiro não caísse nas mãos de grupos insurgentes como a Al-Qaeda

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Os piratas em poder do Faina afirmaram hoje que o desejo dos negociadores é tratar apenas a libertação do navio e dos tripulantes, e não o carregamento. O porta-voz dos piratas, Sugule Ali, afirmou que eles receberam um fax na sexta-feira de Viktor Murenko, diretor da operadora do navio, a Tomex Team, afirmando que o Quênia se recusou a pagar qualquer resgate pelo carregamento. Segundo a carta de Murenko, os piratas têm "liberdade para destruir ou jogar as armas no mar se quiserem", disse Ali por telefone via satélite, do Faina.

Na Rússia, o porta-voz do dono do navio, Vadim Alperin, afirmou que isso é fisicamente impossível, já que não há como descarregar ou destruir o carregamento com as forças dos EUA ao redor. "O dono do navio não se interessa pelo carregamento", afirmou o porta-voz. Mas ele disse ser impossível separar o carregamento do navio.