Teerã - O Brasil, que ocupa uma cadeira não permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), reiterou ontem seu apoio à busca do Irã por energia nuclear "pacífica". Enquanto isso, potências lideradas pelos Estados Unidos pressionam internacionalmente por uma nova rodada de sanções no CS contra o Irã.
No domingo, ignorando a pressão internacional, forças iranianas lançaram cinco mísseis durante exercícios de guerra no Golfo Pérsico.
"O que queremos para o povo brasileiro é o que queremos para o povo iraniano, que é a expansão das atividades nucleares pacíficas", afirmou o chanceler brasileiro, Celso Amorim, em visita a Teerã. Amorim deu as declarações em conversa com o principal negociador nuclear iraniano, Saeed Jalili, informou um site da televisão estatal.
Em sua viagem, Amorim também realiza preparativos para a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, marcada para o mês que vem. Amorim chegou a Teerã ontem, tendo na agenda conversas com altos funcionários locais sobre o controverso programa nuclear iraniano.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro deve se encontrar também com o presidente Mahmoud Ahmadinejad. A visita ocorre em um momento de pressão das potências internacionais por mais sanções ao Irã. O país persa já sofreu três rodadas de sanções na ONU, por se recusar a interromper seu programa nuclear.
Teerã garante ter somente fins pacíficos. Países como EUA e França, porém, suspeitam que o regime iraniano busque secretamente uma bomba nuclear.
O Brasil ainda não se posicionou publicamente sobre uma possível resolução com sanções ao Irã, mas tem defendido mais negociações no caso. Outras nações com assentos rotativos no CS, como Turquia e Líbano, também têm defendido o direito de o país utilizar a energia nuclear com fins pacíficos.
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