Para Ahmadinejad, poder de veto na ONU é satânico
Agência Estado
Teerã - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse ontem que o poder de veto mantido pelos EUA e outros membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas é uma "ferramenta satânica".
Washington e seus aliados têm pressionado pela implementação de uma quarta rodada de sanções contra o Irã por sua recusa em interromper parte de seu programa nuclear, que poderia levar à construção de armas nucleares. O Irã diz que quer apenas tecnologia para a produção de energia elétrica.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, disse que autoridades estão se reunindo diariamente na ONU num esforço para aprovar um novo pacote de sanções "o mais rápido possível". Além dos EUA, os demais membros permanentes do CS são Grã-Bretanha, França, Rússia e China.
Teerã - O Brasil, que ocupa uma cadeira não permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), reiterou ontem seu apoio à busca do Irã por energia nuclear "pacífica". Enquanto isso, potências lideradas pelos Estados Unidos pressionam internacionalmente por uma nova rodada de sanções no CS contra o Irã.
No domingo, ignorando a pressão internacional, forças iranianas lançaram cinco mísseis durante exercícios de guerra no Golfo Pérsico.
"O que queremos para o povo brasileiro é o que queremos para o povo iraniano, que é a expansão das atividades nucleares pacíficas", afirmou o chanceler brasileiro, Celso Amorim, em visita a Teerã. Amorim deu as declarações em conversa com o principal negociador nuclear iraniano, Saeed Jalili, informou um site da televisão estatal.
Em sua viagem, Amorim também realiza preparativos para a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, marcada para o mês que vem. Amorim chegou a Teerã ontem, tendo na agenda conversas com altos funcionários locais sobre o controverso programa nuclear iraniano.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro deve se encontrar também com o presidente Mahmoud Ahmadinejad. A visita ocorre em um momento de pressão das potências internacionais por mais sanções ao Irã. O país persa já sofreu três rodadas de sanções na ONU, por se recusar a interromper seu programa nuclear.
Teerã garante ter somente fins pacíficos. Países como EUA e França, porém, suspeitam que o regime iraniano busque secretamente uma bomba nuclear.
O Brasil ainda não se posicionou publicamente sobre uma possível resolução com sanções ao Irã, mas tem defendido mais negociações no caso. Outras nações com assentos rotativos no CS, como Turquia e Líbano, também têm defendido o direito de o país utilizar a energia nuclear com fins pacíficos.
* * * * * * * *
Interatividade A defesa do programa nuclear do Irã ajuda internacionalmente o Brasil?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano