Um dos maiores varejistas de esportes dos Estados Unidos, a Dick’s Sporting Goods, anunciou, nesta quarta-feira (28), que deixará de vender fuzis de assalto em suas lojas.
A empresa também afirmou que não comercializará mais pentes para carregamento automático de armas de fogo, além de não vender mais qualquer arma a pessoas com menos de 21 anos, independentemente das leis locais.
O anúncio, feito duas semanas após o tiroteio na escola em Parkland, na Flórida, que causou a morte de 17 estudantes e funcionários, é uma das posições mais fortes tomadas pelas corporações americanas no debate nacional de armas. O ato carrega ainda um grande peso simbólico, vindo de um dos principais responsáveis pela venda desse tipo de armas nos EUA.
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No final da semana passada, depois de terem sido atacadas nas redes sociais por terem laços comerciais com a Associação Nacional do Rifle (NRA), várias empresas importantes, como a Hertz, de aluguel de carros, ou as do mercado de seguros MetLife e Delta Air Lines, encerraram publicamente as relações com a entidade, emitindo declarações breves e cuidadosamente redigidas.
Edward Stack, o executivo-chefe de 63 anos de Dick’s, cujo pai fundou a loja em 1948, deixou claro que a nova política da empresa foi uma resposta direta ao tiroteio da Flórida.
“Quando vimos o que aconteceu em Parkland, ficamos perturbados e chateados”, disse o Stack em uma entrevista na terça-feira (27) ao jornal The New York Times. “Nós ficamos impressionados com a manifestação dos estudantes depois disso e ficamos sensibilizados com o grito de ‘enough is enough’ (basta significa basta)”.
Stack disse ainda que espera convencer políticos a fazer uma “reforma de armas de bom senso”, com a aprovação de leis que aumentem a idade mínima para comprar armas para 21, proíbam armas de assalto com dispositivos de tiro automático e prevejam a verificação mais cuidadosa de antecedentes criminais dos possíveis compradores.
Segundo o proprietário da empresa varejista, logo após o ataque em Parkland, os registros de compra da companhia foram verificados e se descobriu que uma de suas lojas tinha vendido legalmente uma arma para a Nikolas Cruz, autor dos disparos – embora não fosse o tipo de arma usada no tiroteio na escola.
“Essa descoberta nos fez ver que poderíamos ter sido parte dessa história” disse. “Não queremos mais poder fazer parte disso”, continuou.
A partir desta quarta-feira (28), a empresa informou que todos os rifles AR-15 e semiautomáticos seriam removidos de suas lojas e sites.
Ao mesmo tempo, Stack reiterou que a varejista continua a ser uma firme defensora da Segunda Emenda e que continuará a vender uma variedade de armas de esporte e caça.
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