Cancún - A solução da disputa entre países ricos e pobres a respeito dos cortes de emissões de poluentes é crucial para destravar o processo de negociação climática na conferência da ONU em Cancún. Novos textos-base da conferência, que termina na próxima sexta-feira, oferecem soluções bastante díspares para o impasse que opõe Japão, Canadá e Rússia a países em desenvolvimento.
O controle das emissões é "a maior questão que precisa ser resolvida de alguma forma", disse John Ashe, presidente da seção da conferência que discute o futuro do Protocolo de Kyoto. Essas questões, segundo ele, "não são independentes uma das outras", e um acordo sobre Kyoto pode levar à aprovação de um pacote mais amplo de medidas com caráter mais pontual.
Além de discutir o futuro do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, a conferência de Cancún se destina a aprovar a criação de um novo fundo que ajude os países em desenvolvimento a mitigarem e se adaptarem à mudança climática. O Protocolo exige que cerca de 40 países desenvolvidos reduzam suas emissões de gases do efeito estufa, e poupa os países em desenvolvimento de medidas obrigatórias.
Japão, Rússia e Canadá dizem que não aceitarão renovar seus compromissos após 2012 se os países emergentes, como China e Índia, não forem também obrigados a reduzir suas emissões. Já as nações em desenvolvimento alegam que os países ricos foram os que mais se beneficiaram economicamente com as emissões de gases do efeito estufa desde a Revolução Industrial.
Ashe disse que uma das opções seria prorrogar Kyoto com as metas atuais de reduções. Tal opção ainda não foi discutida na conferência do México.