A Tokyo Electric Power (Tepco), proprietária da usina nuclear Daiichi, em Fukushima, informou nesta sexta-feira que pode levar um mês para que a temperatura dos reatores da usina sejam controladas. No mesmo dia, o governo do Japão informou que pode elevar a classificação da gravidade da crise nuclear.

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A Agência de Segurança Nuclear e Industrial classifica atualmente a crise como de nível 5, em uma escala que vai até 7. Com isso, os problemas na usina estão no mesmo patamar do acidente nuclear ocorrido em Three Mile Island, na Pensilvânia, EUA, em 1979. O acidente de Chernobyl, o pior da história, é classificado como de nível 7.

A Tepco admitiu que pode levar mais um mês para paralisar as atividades de todos os reatores - quando as temperaturas dentro deles ficarem abaixo do ponto de ebulição e os sistemas de resfriamento voltarem para a pressão atmosférica. "Nós ainda estamos no processo de avaliar os estragos na usina, então não podemos estabelecer um prazo de quando as operações de resfriamento trabalharão de novo. Isso vai levar mais de um mês, quem sabe", disse um porta-voz da Tepco.

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Nesta semana, as temperaturas em um reator chegaram a 400 graus Celsius, antes de se estabilizarem. As temperaturas nos reatores 1, 2, 3 e 4 permanecem perto do ponto de ebulição, informou um funcionário da agência de segurança nuclear.

O progresso tem sido demorado nos esforços para se restaurar os sistemas de resfriamento danificados após o terremoto e tsunami ocorridos em 11 de março. Bombeiros têm lançado água do mar nos reatores, no esforço para resfriar os reatores e as barras de combustível danificados, que emitem partículas radioativas no ar contaminando a água, o mar e produtos alimentícios.

Nesta sexta-feira, o regulador de energia nuclear do Japão indicou que pode elevar a classificação da crise na usina para o nível 6, de "acidente sério", após reunir dados sobre os níveis de radiação em regiões próximas. "Não podemos descartar a possibilidade de elevar o nível do desastre para 6. Dependendo de como a situação evolua, é ainda possível que o nível seja elevado."

Entre os seis reatores da usina, os reatores 1, 2 e 3 estavam operando no momento do terremoto de magnitude 9. Com o tremor, eles pararam automaticamente. Mas acredita-se que os núcleos dos reatores derreteram parcialmente, após falhas nos sistemas de resfriamento, causando uma série de explosões e incêndios.

Desde então, funcionários lutam para manter as barras de combustível dentro dos reatores e os tanques para armazenamento de combustível sob a água. Caso eles sejam expostos para o ar, poderiam se danificar ainda mais e emitir grandes quantidades de perigosos materiais radioativos.

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A Autoridade de Segurança Nuclear da França já aponta a crise em Fukushima como de nível 6. Essas classificações são baseadas na Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos (INES, na sigla em inglês). As informações são da Dow Jones.