O copiloto alemão Andreas Lubitz, que derrubou um Airbus 320 da companhia Germanwings com 150 pessoas a bordo nos Alpes franceses em março, temia perder a visão, informou ontem o promotor Brice Robin, de Marselha, na França.
Em entrevista em Paris, o responsável pelas investigações do acidente disse que o copiloto consultou sete médicos diferentes no mês antes da tragédia, incluindo três visitas a psiquiatras. Em cinco anos, segundo Robin, Lubitz consultou um total de 41 médicos.
O motivo eram os apagões, flashes e visões duplas que ele sofria com frequência, que afetariam sua capacidade de pilotar. Lubitz não tinha nenhum problema oftalmológico que alterasse sua visão.
Robin disse que os médicos diagnosticaram o copiloto como psicologicamente instável e alguns o consideraram incapaz de pilotar. A informação, porém, não foi relatada às autoridades devido ao sigilo médico.
Na Alemanha, a quebra do sigilo médico é punida com prisão, a não ser que haja provas de que o paciente tenha a intenção de cometer algum crime grave ou causar dano a si próprio.
O Grupo Lufthansa, do qual a Germanwings é subsidiária, disse na época do acidente que Lubitz foi afastado em 2009 para tratar uma depressão, mas que voltou aos quadros da empresa após ser aprovado em todos os exames médicos.
O promotor confirmou que o copiloto derrubou o avião de forma deliberada, trancando a cabine e impedindo a entrada do copiloto. Para ele, a dificuldade será determinar quem mais poderá ser responsabilizado pela tragédia.