Autoridades alemãs disseram ontem ter encontrado atestados médicos rasgados mostrando que Andreas Lubitz, copiloto que derrubou um Airbus 320 nos Alpes Franceses na terça-feira, sofria de uma doença que deveria ter impedido seu embarque no dia da tragédia. O choque do avião da Germanwings deixou 150 mortos – 144 passageiros e seis tripulantes, entre eles o próprio Lubitz. Segundo uma emissora de TV francesa, a namorada do copiloto teria confirmado que ele sofria de depressão.
“Foram confiscados documentos com informações médicas que apontam para uma doença pré-existente e o tratamento correspondente indicado pelos médicos”, informou o escritório da promotoria de Düsseldorf, na Alemanha, onde o copiloto morava. As autoridades não disseram de qual doença se tratava. O voo 4U 9525 da Germanwings seguida de Barcelona, na Espanha, para Düsseldorf.
As orientações médicas rasgadas encontradas em sua casa teriam liberado Lubitz do trabalho por motivos de saúde por um período que incluía o dia do acidente, o que apoia a ideia de que o copiloto “escondeu sua doença de seu empregador e seus colegas de trabalho”, afirmaram os promotores. Eles não encontraram bilhete de suicídio nem confissão, “nem havia qualquer indício de um fundo político ou religioso no que aconteceu”, acrescentaram.
A Germanwings, empresa aérea de baixo custo que faz parte do grupo da companhia alemã Lufthansa, declarou que Lubitz não apresentou nenhuma licença médica que o teria mantido em solo na terça-feira, dia do acidente.
Depressão
A namorada de Andreas Lubitz teria confirmado aos investigadores que ele sofria um quadro de “grave depressão”, segundo informou ontem o canal francês iTélé. A emissora, que não citou as fontes dessa informação, afirmou que a namorada foi interrogada na noite de quinta-feira por investigadores alemães. O canal informou que os pais de Lubitz serão interrogados pela polícia francesa, já que se encontram na cidade de Seyne-les-Alpes, perto do local do acidente.
Os investigadores já apreenderam todos os documentos médicos do copiloto, que estão sendo analisados, depois de a gravação extraída da caixa-preta indicar que ele derrubou o avião intencionalmente.
Lubitz foi descrito em sua cidade-natal, Montabaur, na Alemanha, como um homem discreto mas amigável, que pilotava planadores no clube de aviação local antes de partir para a aviação comercial como copiloto da Germanwings, em 2013.
Depoimento
Os pais do copiloto alemão Andreas Lubitz, suspeito de ter derrubado o Airbus 320, prestarão depoimento às autoridades francesas.
Um amigo que conheceu Lubitz há seis anos, no entanto, disse que ele vinha se tornando cada vez mais retraído ao longo do último ano. “Voar era a vida dele”, disse o amigo, que concordou em falar sobre o estado mental do copiloto alemão sob condição de anonimato. “Ele sempre foi uma companhia discreta, mas no último ano isso piorou”, revelou.
O Airbus 320 decolou de Barcelona às 10h01 (horário local). O acidente ocorreu cerca de 40 minutos depois, segundo as autoridades francesas.
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