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tragédia nos alpes

Copiloto havia revelado depressão à Lufthansa

Membro da equipe de resgate ao lado de pedaço do Airbus: resgate de restos mortais terminou. | Gonzalo Fuentes / Reuters
Membro da equipe de resgate ao lado de pedaço do Airbus: resgate de restos mortais terminou. (Foto: Gonzalo Fuentes / Reuters)

O copiloto alemão suspeito de ter derrubado um avião nos Alpes Franceses na semana passada, matando as 150 pessoas a bordo, disse a integrantes da escola de voo da Lufthansa em 2009 que passou por um período de depressão profunda, informou ontem a companhia aérea.

O comunicado pode prejudicar o diretor-executivo da empresa, Carsten Spohr, que na semana passada disse que a companhia desconhecia qualquer razão que pudesse levar Andreas Lubitz, de 27 anos, a derrubar a aeronave propositalmente.

O fato de representantes da Lufthansa (à qual pertence a Germanwings, companhia do Airbus 320 acidentado) estarem cientes de que Lubitz sofria de depressão desperta dúvidas sobre o processo de seleção para pilotos, em um momento no qual a companhia encara a ameaça de ações legais dos parentes das vítimas.

A Lufthansa declarou que Lubitz interrompeu seu treinamento de piloto durante vários meses, mas que depois passou em exames médicos que confirmaram sua capacidade de voar.

Quando Lubitz retomou o treinamento, em 2009, entregou documentos médicos à escola de aviação que mostravam que ele tinha tido “um episódio anterior de depressão profunda”, informou a Lufthansa.

Na segunda-feira, os promotores da cidade alemã de Düsseldorf declararam que Lubitz foi tratado por causa de tendências suicidas antes de obter seu brevê de piloto.

Na semana passada, eles descobriram atestados médicos rasgados na casa de Lubitz mostrando que ele sofria de uma doença que deveria tê-lo mantido em solo. A Germanwings afirmou não ter recebido nenhuma licença médica de Lubitz no dia da queda. O copiloto tinha um certificado médico válido na ocasião da tragédia com o Airbus A320, acrescentou a companhia.

A Lufthansa já se vê diante da perspectiva de pagar indenizações ilimitadas e pediu às suas seguradoras que destinem US$ 300 milhões para lidar com os processos, os custos de resgate e a perda do avião.

Corpos

A gendarmaria da França terminou a tarefa de recuperação de todos os restos mortais das vítimas do A320. Os trabalhos de resgate se concentrarão agora em recuperar os objetos pessoais dos passageiros, que podem contribuir para a identificação dos mesmos, assim como a busca pela segunda caixa-preta do avião.

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