O caixa da loja de conveniência que fica no térreo do One Pierrepont Plaza lamenta ainda não ter visto Hillary Clinton por ali.
A equipe da ex-primeira-dama, ex-senadora e ex-secretária de Estado começou a ocupar dois andares do pomposo prédio comercial no Brooklyn após o anúncio oficial de sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos, em meados de abril.
Candidatos selecionam como QGs lugares que refletem um aspecto de sua história ou que se conectam com suas aspirações futuras.
Se a campanha de 2016 promete ser a mais cara da História, o quartel-general de Hillary – que, coincidentemente, é próximo à Rua Clinton – ocupa quase o dobro do espaço do QG da reeleição de Barack Obama, que ficava em Chicago e tinha 4,6 mil metros quadrados.
“Ouvi dizer que ela está viajando direto”, diz o funcionário do estabelecimento na última quinta-feira (7), quando a candidata de fato estava cortejando doadores em Los Angeles. “Mas chegou muita gente para trabalhar com ela aqui. Muita gente jovem, sobretudo.”
Com vista privilegiada para o sul de Manhattan do alto do 10.º e do 11.º andares, o comitê da democrata – que, na primeira tentativa de comandar a Casa Branca, em 2008, fundou seu QG na Virgínia, perto de Washington – se espalha por 7,4 mil metros quadrados e custará à campanha US$ 3,2 milhões por ano (quase R$ 10 milhões).
Hillary é vizinha do banco de investimentos Morgan Stanley no edifício, que até outro dia abrigava também a nova procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch.
A opção por se instalar no estado que representou no Senado e onde mantém casa (em Chappaqua) e escritório (em Manhattan) é cercada de simbolismos. Cada vez mais famoso pela diversidade e energia jovem, o Brooklyn é uma espécie de epicentro liberal do mundo.
O bairro é também onde vivem escritores célebres como Paul Auster e Jonathan Safran Foer.